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Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a enxaqueca como a terceira doença mais prevalente do mundo e a segunda que mais incapacita | Andrea Piacquadio/Pexels
A enxaqueca é uma doença crônica que afeta um a cada sete pessoas no Brasil. O problema neurológico vai muito além de uma dor de cabeça: estima-se que mais de 30 milhões de brasileiros sofram com a condição, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a enxaqueca como a terceira doença mais prevalente do mundo e a segunda que mais incapacita. O impacto da dor, além de físico, é emocional e social, o que acaba por afastar profissionais do mercado de trabalho e ações do cotidiano.
Para o médico da dor Felipe Brambilla, o combate à enxaqueca começa pelo entendimento de que não se trata de "frescura" ou algo que se resolve com analgésico comum.
“É preciso tratar a dor com seriedade, buscar diagnóstico e acompanhamento. A enxaqueca é multifatorial e precisa de atenção individualizada”, afirmou o especialista.
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Além dos sintomas intensos como dor latejante, náuseas, sensibilidade à luz e som, a enxaqueca também está associada a quadros de ansiedade, depressão e baixa produtividade.
A principal diferença entre enxaqueca e dor de cabeça comum está na intensidade, duração e nos sintomas associados, segundo explicou o médico.
A enxaqueca é uma condição neurológica crônica que causa dor intensa, geralmente pulsátil e em um dos lados da cabeça. Vem acompanhada de sintomas como:
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Já a dor de cabeça comum (como a cefaleia tensional) costuma ser mais leve a moderada, em forma de pressão ou aperto dos dois lados da cabeça, sem os sintomas neurológicos que acompanham a enxaqueca.
"Em resumo: a enxaqueca é mais incapacitante, mais duradoura, piora com atividade física e vem acompanhada de sintomas associados, enquanto a dor de cabeça comum é mais branda e passageira", disse.
Segundo Felipe Brambilla, o estilo de vida pós-pandemia teve um impacto significativo no agravamento das dores crônicas, especialmente nas enxaquecas. Isso aconteceu por uma combinação de fatores:
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"Ou seja, o estilo de vida mais desregulado, ansioso e sedentário que muitas pessoas adotaram após a pandemia contribuiu diretamente para o aumento da frequência e da intensidade das enxaquecas, além de favorecer a transição para quadros crônicos".
O médico explicou que a enxaqueca é uma das doenças neurológicas mais incapacitantes do mundo.
"De acordo com a Organização Mundial da Saúde, ela está entre as 10 principais causas de anos vividos com incapacidade. Ainda assim, no ambiente de trabalho, muitos pacientes passam por julgamentos, falta de compreensão e, em alguns casos, discriminação velada".
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Diferente de uma fratura ou uma infecção com sinais visíveis, a enxaqueca age como uma dor "invisível", sendo extremamente debilitante para quem sofre com ela.
As crises vão muito além da dor de cabeça: envolvem náuseas, sensibilidade à luz e ao som, tontura, distúrbios visuais e dificuldade de concentração. O médico ressaltou que a doença afeta tanto o paciente, que não é raro que ela impossibilite até cumprir tarefas simples do dia a dia.
O especialista afirmou que, com o avanço da tecnologia e das pesquisas, hoje, é possível ir muito além dos analgésicos tradicionais.
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Com abordagens mais precisas, personalizadas e eficazes, os tratamentos estão cada vez mais voltados para a causa da dor — e não apenas para o alívio temporário dos sintomas.
O médico dividiu em cinco tópicos como o tratamento pode ser mais eficaz:
Um dos grandes avanços é a neuromodulação, técnica que utiliza estímulos elétricos ou magnéticos para “reeducar” o sistema nervoso.
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Isso pode ser feito por meio de equipamentos externos, como a estimulação magnética transcraniana (EMT), ou com dispositivos implantáveis que ajudam no controle de dores neuropáticas refratárias — como aquelas associadas a lesões nervosas, coluna ou pós-cirurgias.
Atualmente, muitos procedimentos são feitos com auxílio de ultrassom ou tomografia, o que permite localizar com exatidão a origem da dor e aplicar medicamentos diretamente no ponto certo.
Isso vale para infiltrações, bloqueios anestésicos e até para tratamentos mais avançados, como a radiofrequência, que “desativa” seletivamente os nervos que transmitem a dor em articulações como a coluna ou o joelho.
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O arsenal farmacológico também evoluiu. Para enxaquecas, por exemplo, já existem medicamentos injetáveis à base de anticorpos monoclonais que bloqueiam uma molécula chamada CGRP — um dos principais gatilhos da dor. Eles têm ação prolongada e menos efeitos colaterais.
Outro campo promissor é o dos canabinoides medicinais, utilizados sob orientação médica em casos específicos, principalmente em dor neuropática e oncológica.
Tratamentos com plasma rico em plaquetas (PRP) e terapias com células-tronco estão sendo utilizados em dores articulares com foco em regenerar tecidos danificados — e não apenas “mascarar” a dor.
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Embora ainda em desenvolvimento, esses métodos têm mostrado bons resultados em articulações como joelho, ombro e coluna.
Tratar a dor exige uma abordagem completa: envolve neurologistas, fisiatras, psicólogos e especialistas em dor trabalhando juntos.
Cada paciente recebe um plano terapêutico personalizado, que considera não só o tipo de dor, mas também fatores emocionais, estilo de vida e histórico clínico.
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