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Estudo brasileiro mostra que homens e mulheres reagem ao estresse de maneira oposta

Pesquisa com camundongos mostra que fêmeas adultas foram mais resilientes que machos; efeitos mais fortes ocorreram em jovens

Joseph Silva

26/10/2025 às 11:14

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Estudo brasileiro sugere a necessidade de tratamentos personalizados para ansiedade e depressão.

Estudo brasileiro sugere a necessidade de tratamentos personalizados para ansiedade e depressão. | Freepik

Pesquisadores da Unesp comprovaram que o estresse social observado — aquele presenciado sem envolvimento direto — pode impactar o comportamento e o cérebro de maneira distinta. O resultado depende do sexo biológico, da idade e também do tipo e da intensidade do estresse vivido, segundo a pesquisa realizada com camundongos.

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O trabalho, apoiado pela FAPESP e publicado na revista Physiology & Behavior, mostrou que os efeitos do estresse são mais intensos quando ocorrem de forma precoce, ou seja, em animais mais jovens. Surpreendentemente, fêmeas adultas manifestaram maior resiliência ao estresse em comparação aos machos.

Historicamente, os estudos científicos priorizaram homens ou animais machos, mesmo com as mulheres apresentando maior prevalência de depressão e ansiedade no mundo. Por conseguinte, este estudo brasileiro amplia o entendimento sobre como o estresse atua no cérebro e pode auxiliar no desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais personalizadas.

Como o estresse social foi testado

Os pesquisadores buscaram mimetizar em laboratório situações comuns de estresse social vividas por humanos, como bullying, exposição a traumas pela mídia ou humilhação. Eles usaram testes reconhecidos em neurociência, como o WSDS (Witness Social Defeat Stress), investigando como o estresse observado interfere na atividade cerebral e no comportamento.

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Regiões como a amígdala e o hipocampo, responsáveis pela regulação emocional, tendem a ser especialmente afetadas nessas situações, demonstrando o efeito profundo do estresse na saúde mental. No teste WSDS, um animal "testemunha" observa outro sendo intimidado por um "agressor", separado por uma barreira transparente, por dez dias.

Diferenças entre jovens e adultos

O estudo incluiu camundongos adultos e animais jovens (21 dias pós-natal), que foram reavaliados na fase adulta. De acordo com os resultados, os animais mais jovens apresentaram respostas mais robustas associadas à depressão quando reavaliados dias depois.

Nos adultos, machos e fêmeas reagiram de forma distinta, com análises mostrando efeitos somente nas fêmeas ou somente nos machos. No cérebro, houve variações: as fêmeas demonstraram menor ativação no hipocampo e na amígdala, o que não ocorreu nos machos adultos.

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Importante notar que, embora os jovens tivessem mudanças comportamentais mais intensas e afetando ambos os sexos, estas ocorreram sem alterações cerebrais aparentes. Dessa forma, o estresse na fase adulta evidenciou diferenças sexuais mais marcantes do que na juventude.

Resiliência nas fêmeas adultas

O protocolo do teste WSDS precisou de adaptação para as fêmeas, pois elas não exibem comportamentos tão territorializados quanto os machos. A adaptação revelou que as fêmeas adultas demonstravam sinais de resiliência ao estresse, além de alterações comportamentais.

A pesquisa indica que elas demonstraram melhora nas análises relacionadas ao medo de objetos novos, um dos impactos medidos após o estresse, além de menor ativação em áreas cerebrais normalmente associadas ao estresse. Este efeito de resiliência, contudo, não foi observado nos machos adultos.

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