Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Com pouco mais de 12,5 mil habitantes, segundo o IBGE de 2020, Cananéia é uma estância turística pequena em população, mas gigante em biodiversidade. | Wikimedia Commons
Cidade antiga e cercada por natureza quase intocada, Cananéia é daquelas joias que ainda passam fora do radar da maior parte dos turistas.
Continua depois da publicidade
No extremo sul do litoral paulista, a pouco mais de 260 km da capital, o município guarda sete praias, um centro histórico preservado e um patrimônio ambiental tão rico que já lhe rendeu o título de melhor roteiro ecológico do mundo pela revista Condé Nast Traveler.
Entre manguezais, ilhas e casarios coloniais, a cidade consegue ser, ao mesmo tempo, ponto de partida para aventuras ao ar livre e refúgio tranquilo para quem quer desacelerar. Ali, o relógio parece andar em outro ritmo – e isso é parte importante do encanto.
A praia mais famosa de Cananéia é Pereirinha, cartão-postal que faz parte do Parque Estadual da Ilha do Cardoso.
Continua depois da publicidade
Por estar em uma unidade de conservação, o acesso é controlado: são permitidos no máximo mil visitantes por dia, limite facilmente atingido na alta temporada.
A medida ajuda a preservar os 22 mil hectares de Mata Atlântica protegidos desde a criação do parque, em 1962, e garante um clima de exclusividade a quem chega até lá.
Do cais de Cananéia saem os barcos que cruzam a baía em direção às praias e aos canais rodeados por mangue.
Continua depois da publicidade
Em muitos passeios, a paisagem ganha protagonistas especiais: golfinhos que acompanham as embarcações, num espetáculo que costuma arrancar silêncio e surpresa até dos viajantes mais experientes.
O arquipélago de Cananéia é formado pela ilha principal e pelas ilhas do Cardoso, Bom Abrigo e Casca, além de uma porção continental com seis unidades de conservação ambiental.
É uma região conhecida como Lagamar, que abriga uma das maiores áreas contínuas de manguezal preservado do país.
Continua depois da publicidade
A partir da cidade, também é possível alcançar a vizinha Ilha Comprida pela laguna que contorna o Centro Histórico. A travessia revela pequenas comunidades caiçaras, embarcações de pesca e trechos de mata fechada, lembrando que, por ali, a natureza ainda dita as regras.
Tombada pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade, Cananéia não impressiona apenas pela paisagem. O Centro Histórico guarda construções que ajudam a contar a história da colonização no Sudeste, com casarões coloridos, ruas estreitas e calçadas de pedra.
Entre as joias arquitetônicas está a Igreja de São João Batista, erguida pelos jesuítas em 1577. O templo, que também servia de fortaleza contra invasores, tem paredes espessas feitas de calcário e gordura de baleia, lembrança de um passado em que o mar era visto sobretudo como rota estratégica e fonte de recursos.
Continua depois da publicidade
Outro ponto obrigatório é o Museu Municipal Victor Sadowski. Ali, além de objetos ligados à história local, está exposto um tubarão taxidermizado de 5,5 metros de comprimento – considerado o segundo maior do mundo nesse tipo de acervo. A peça impressiona adultos e crianças e ajuda a dimensionar a força da vida marinha na região.
A cidade também mantém viva uma agenda de festas populares, artesanato e culinária típica. Ganham destaque a Festa do Mar e a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, celebrações que reforçam a relação dos moradores com o oceano e atraem visitantes em busca de experiências mais autênticas.
Com pouco mais de 12,5 mil habitantes, segundo o IBGE de 2020, Cananéia é uma estância turística pequena em população, mas gigante em biodiversidade.
Continua depois da publicidade
O município integra o Complexo Estuarino Lagamar, área reconhecida pela riqueza de fauna e flora e pelos manguezais que emolduram a faixa litorânea.
Predomina ali o bioma da Mata Atlântica, com mangues, restingas e florestas que se estendem até a serra. É nesse cenário que se espalham trilhas, sítios arqueológicos e comunidades tradicionais que mantêm modos de vida ligados ao mar e aos rios.
No centro, o tempo se mede em passos. Ruas como Tristão Lobo exibem casas com paredes de pedra e argamassa feita com cal de ostras e óleo de baleia, técnica típica dos séculos passados.
Continua depois da publicidade
Caminhar por essas vielas é voltar a uma época em que o movimento era feito mais a cavalo e de barco do que em carros.
Apesar de alguns estudiosos apontarem datas anteriores a 1532 e defenderem que Cananéia seria a cidade mais antiga do Brasil, não há documentos oficiais que confirmem esse título.
Ainda assim, o município aparece em mapas históricos de forma marcante: no grande mapa-múndi que ocupa o chão diante do Padrão dos Descobrimentos, em Belém, Lisboa, lê-se “Cananea, 1502” – e é a única região brasileira citada ali como porto das caravelas portuguesas.
Continua depois da publicidade
Saindo da cidade de São Paulo, o acesso a Cananéia é feito pela BR-116 (rodovia Régis Bittencourt) até a saída 464. A partir dali, o trajeto segue pela SP-226 e pela estrada Prefeito José Herculano de Oliveira Rosa.
A viagem de carro leva cerca de três horas e meia, em média, e termina diante de um dos destinos mais preservados e encantadores do litoral brasileiro – um lugar onde história, mar e floresta ainda caminham lado a lado.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade