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A prática, aliada ao minimalismo nórdico, ensina como viver com menos, economizar tempo e transformar o ambiente doméstico | Pexels
Na Suécia, limpar a casa não é uma obrigação solitária, mas um momento comunitário. O segredo está no Städdag — literalmente, “dia da limpeza” — uma tradição em que vizinhos e amigos se unem para organizar espaços comuns e cuidar do entorno. A especialista finlandesa Susanna Heiskanen, referência em sustentabilidade e estilo nórdico, afirma que o hábito transforma a relação das pessoas com o lar e com o consumo.
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O Städdag é mais do que uma faxina coletiva. É uma celebração da vida simples e funcional. “Nos países nórdicos, a sustentabilidade não é uma moda passageira: é um estilo de vida”, explica Heiskanen, autora e criadora do blog Nordic Mom. A prática, segundo ela, ajuda a fortalecer laços sociais e incentiva o cuidado compartilhado dos espaços públicos e privados.
Durante o Städdag, cada pessoa assume uma parte da tarefa, o que torna o processo leve e eficiente. Em vez de contratar serviços ou limpar todos os dias, os suecos preferem dedicar algumas horas semanais ou mensais à limpeza coletiva — e o resultado é surpreendente.
Para Heiskanen, o verdadeiro segredo de uma casa arrumada está no minimalismo sustentável. “Não precisamos de tantas coisas quanto pensamos”, diz. O primeiro passo é doar ou reciclar o que não é mais usado. Cada objeto carrega um custo ambiental, desde sua produção até o descarte, e manter apenas o essencial libera espaço e reduz o estresse visual.
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Ela defende uma rotina de consumo consciente: comprar menos, escolher materiais duráveis e reutilizar o que já existe. Em sua própria casa, reutilizou tábuas e canos durante uma reforma. “Meu construtor achou que eu estava louca, mas fiz vasos de morango com os canos. Eles crescem pendurados na varanda”, conta, rindo.
O minimalismo escandinavo não é apenas um conceito estético de espaços brancos e amplos. Ele está ligado à funcionalidade e à calma visual. Ao adotar esse estilo, o morador aprende a cuidar melhor do que possui e a simplificar tarefas domésticas.
Esses hábitos, segundo Heiskanen, ajudam a transformar o lar em um espaço mais leve e agradável. “Liberar o desnecessário é liberar a mente”, resume.
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A especialista acredita que a sustentabilidade se aprende dentro de casa. “Com adolescentes, é preciso ser consistente. Se eles virem você separando o lixo ou reutilizando coisas, eles também farão isso”, afirma. Na Finlândia, onde nasceu, o sistema de reciclagem é tão avançado que separa até seis tipos de resíduos e recompensa quem devolve embalagens.
Essa rotina ensina, desde cedo, que tudo tem valor e que cuidar do planeta é cuidar do futuro. Para Heiskanen, o segredo está na coerência: viver o que se prega.
Manter a casa organizada não é sinônimo de rigidez ou perfeição. O método sueco mostra que é possível equilibrar praticidade e aconchego. O ambiente limpo e leve reflete diretamente no bem-estar emocional, reduz a ansiedade e cria uma sensação de controle sobre o dia a dia.
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“Não se trata de limpar mais, mas de limpar melhor”, afirma a especialista. Isso inclui planejar, compartilhar responsabilidades e eliminar excessos — físicos e mentais.
O Städdag e o minimalismo nórdico vêm ganhando espaço fora da Escandinávia por promoverem uma visão mais humana da organização. Em vez de transformar a limpeza em obrigação, o método a transforma em um ato coletivo e prazeroso. A proposta é simples: menos coisas, mais tempo, mais vida.
Ao aplicar o princípio sueco, qualquer pessoa pode experimentar os benefícios de um lar funcional e sustentável. Afinal, a verdadeira organização não está em fazer mais, mas em viver com propósito — e isso começa com pequenas atitudes diárias.
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