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Terapia com livros cresce como alternativa para bem-estar emocional | Freepik
Ler pode ser mais do que um passatempo: para muita gente, virou uma forma de cuidado emocional. A biblioterapia, que usa livros como ferramenta de bem-estar, está ganhando espaço em diferentes partes do mundo.
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Embora ainda faltem evidências científicas sólidas sobre seus efeitos, cada vez mais pessoas relatam que histórias de ficção e poesia ajudam a enfrentar dores emocionais e até decisões difíceis.
"Isso abriu algo em mim que precisava ser aberto e curado", contou Elizabeth Russell, professora nos EUA em entrevista à BBC, sobre sua experiência com a biblioterapia.
A biblioterapia consiste em indicações de livros – de autoajuda, poesia ou ficção – para ajudar no bem-estar. Ela já foi usada durante a Primeira Guerra Mundial e voltou com força nos anos 1990, chegando hoje a consultas personalizadas e programas públicos.
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Especialistas afirmam que ler pode aliviar estresse, ansiedade e solidão. "A leitura pode restaurar e revigorar a mente perturbada", destacou um artigo na revista The Lancet. A prática também pode oferecer estratégias para lidar com momentos difíceis.
Mas nem todo livro serve para qualquer pessoa. A reação depende da história, do contexto e até do estado emocional do leitor. Por isso, os efeitos variam: enquanto alguns relatam alívio, outros podem sentir impactos negativos ao ler determinados temas.
Pesquisas sugerem que a ficção pode aumentar a empatia, reduzir preconceitos e até promover autoconfiança. Para crianças, a leitura ajuda na expressão de sentimentos e pode diminuir comportamentos agressivos.
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No entanto, o efeito não é universal. Estudos apontam que romances sobre transtornos alimentares, por exemplo, podem agravar sintomas em leitores com histórico da condição. "Depende dos livros. A literatura é complicada. Os seres humanos também", explica a pesquisadora Emily Troscianko.
Por isso, especialistas reforçam que a biblioterapia não substitui tratamentos médicos. Ela pode ser um complemento, uma ferramenta a mais no cuidado emocional, desde que aplicada com cautela e, em alguns casos, sob orientação profissional.
Para quem deseja testar, o caminho pode começar nas bibliotecas. No Reino Unido, o programa Reading Well já emprestou milhões de livros com foco em saúde mental. O segredo é encontrar títulos que dialoguem com a experiência pessoal do leitor.
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Clubes de leitura também são aliados, já que compartilhar impressões amplia os efeitos positivos da literatura. "A ficção oferece uma maneira de ensaiar cenários sociais desafiadores", afirma James Carney, pesquisador em Londres.
Se a leitura não for prazerosa, os especialistas lembram: não há problema em parar. O objetivo é que os livros tragam acolhimento e novas perspectivas, nunca sobrecarga. Afinal, cada pessoa encontra sua forma única de se curar pelas histórias.
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