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Casario colonial e ruas de pedra preservam a paisagem histórica de Goiás Velha | Reprodução YouTube | Viajantes de Estação
Escondida entre as serras e vales do interior de Goiás, a antiga capital do Estado, hoje conhecida como Goiás Velha, resiste à pressa do século 21.
Quem caminha por suas ruas de pedra, ladeadas por casas coloridas de adobe e janelas de madeira, tem a sensação de que o tempo parou nos anos 1950.
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Fundada no século XVIII às margens do Rio Vermelho, a cidade fica a cerca de 140 quilômetros de Goiânia e mantém o traçado urbano original, tombado como Patrimônio Mundial pela Unesco.
A proteção ajudou a conservar não só a arquitetura, mas também o modo de viver de seus moradores.
Sentar-se na calçada para conversar, oferecer café ao visitante e deixar portas destrancadas continuam sendo hábitos comuns.
Mercados familiares, feiras livres que funcionam como pontos de encontro e o rádio como principal fonte de informação ainda fazem parte da rotina. Em contraste com o ritmo acelerado das grandes cidades, onde notificações de celular se tornaram onipresentes.
A atmosfera de outro tempo se prolonga na vida cultural. A Casa de Cora Coralina, transformada em museu, mantém intactos móveis, utensílios e manuscritos da poetisa, que eternizou a cidade em seus versos.
O espaço é um dos mais visitados por turistas que buscam não apenas história, mas também silêncio e contemplação.
Outro símbolo de Goiás Velha é a Procissão do Fogaréu, realizada na Semana Santa. À luz de tochas, homens encapuzados percorrem as ladeiras do centro histórico em uma encenação que remonta tradições religiosas do período colonial.
Os costumes também permanecem à mesa. O empadão goiano, os doces de tacho, os biscoitos feitos em forno à lenha e os picolés artesanais de frutas do cerrado reforçam a identidade local.
São receitas transmitidas de geração em geração, preparadas sem pressa, muitas vezes em cozinhas com fogão a lenha.
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Para quem visita, o encanto está menos nos monumentos e mais no cotidiano. O silêncio das ruas depois do pôr do sol, as conversas na praça, o comércio que fecha cedo e a ausência de pressa sugerem uma forma de vida que resiste à modernidade.
Em tempos de tecnologia e conexões aceleradas, Goiás Velha mostra que parar no tempo também pode ser um privilégio.
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