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Acesso só por mar ou trilha e histórias de tesouros enterrados fazem do Bonete um dos lugares mais misteriosos do litoral paulista | Reprodução/Youtube
Chegar à praia do Bonete é como entrar em outro tempo. Isolada no extremo sul de Ilhabela, essa comunidade cercada pela Mata Atlântica só pode ser acessada por mar ou por uma trilha de 12 quilômetros. Lá, o ritmo é outro — e as histórias, muitas, misturam realidade e lenda.
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Dizem que piratas ingleses passaram por ali há séculos e deixaram baús cheios de moedas escondidos na mata. De tão preservado, o lugar parece guardar não apenas tesouros, mas também uma forma rara de viver em harmonia com a natureza.
Quem se aventura até o Bonete precisa escolher entre o barco e a caminhada. De canoa, o trajeto leva até duas horas e é conduzido pelos caiçaras locais, que conhecem o mar como ninguém.
Já a trilha corta a Mata Atlântica e passa por três cachoeiras, recompensando o esforço com uma das paisagens mais deslumbrantes do litoral paulista.
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Com cerca de 600 metros, a praia é emoldurada por morros verdes e ondas fortes. É um retrato fiel do litoral norte de São Paulo antes do turismo em massa.
O local integra o Parque Estadual de Ilhabela e abriga rios, quedas d’água e uma rica fauna e flora. O cenário selvagem e o isolamento preservam o sossego, mas exigem respeito e preparo de quem chega.
A infraestrutura é simples, com poucas pousadas e restaurantes rústicos. Não há sinal de celular em boa parte do trecho, e a energia vem de geradores ou placas solares. Por isso, o conselho dos moradores é claro: leve dinheiro, repelente e disposição.
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O Bonete é lar de cerca de 275 moradores, descendentes de antigos caiçaras e, segundo a tradição local, também de piratas. É comum ver pessoas de olhos claros e cabelos loiros, herança dos europeus que teriam atracado na ilha no século 16.
As lendas dizem que o corsário inglês Thomas Cavendish se refugiou na região em 1591 e teria enterrado parte de um tesouro. Alguns moradores juram já ter encontrado moedas antigas e objetos de metal nas trilhas e praias próximas. Verdade ou não, o mistério virou parte do charme do lugar.
O modo de vida ali segue o compasso da maré. As casas simples de madeira e pau-a-pique se misturam à vegetação. A pesca artesanal, o turismo de base comunitária e o respeito à natureza sustentam o cotidiano.
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A herança pirata se mistura à cultura caiçara em histórias contadas à beira do fogo ou em passeios guiados pelos moradores.
Trilhas com nomes como “caminho dos piratas” e mirantes voltados ao mar fazem parte dos roteiros locais. Ilhabela, inclusive, ficou conhecida como a “Ilha dos Piratas”, título que alimenta o imaginário e atrai visitantes curiosos.
Mesmo sem comprovação arqueológica, as lendas seguem vivas. Jornais antigos já registraram relatos de baús e moedas achados em praias isoladas, o que reforça a aura misteriosa da ilha. No Bonete, cada pedra e cada curva parecem esconder uma história não contada.
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