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Presunto sem nitrito: por que você paga mais por ele?

Estudo aponta que a versão mais saudável do presunto branco chega a ser 65% mais cara

Julia Teixeira

06/11/2025 às 10:15

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Associação de consumidores investiga o popular alimento e expõe as diferenças de preço entre as marcas

Associação de consumidores investiga o popular alimento e expõe as diferenças de preço entre as marcas | Freepik

A busca por uma alimentação mais saudável transformou a ida ao supermercado em uma verdadeira missão, especialmente na hora de escolher o popular presunto branco. Afinal, aquele rótulo "sem nitrito" faz realmente diferença?

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E o bolso, como fica? A associação francesa 60 millions de consommateurs (60 milhões de consumidores) mergulhou nas prateleiras e nos dados para trazer respostas, comparando as versões tradicionais e as sem nitrito de sódio.

Os embutidos são frequentemente associados a problemas de saúde por alguns motivos principais, que se relacionam aos ingredientes e ao processamento: os nitritos e nitratos são adicionados para conservar e manter a cor da carne (sais de cura). No organismo, principalmente no processo digestivo, eles podem se transformar em nitrosaminas, que são substâncias classificadas como potencialmente cancerígenas, especialmente ligadas ao câncer colorretal (intestino grosso).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou as carnes processadas, como os embutidos, no Grupo 1 de carcinogênicos (evidência suficiente de ligação com o aumento do risco de câncer).
Os embutidos são frequentemente associados a problemas de saúde por alguns motivos principais, que se relacionam aos ingredientes e ao processamento: os nitritos e nitratos são adicionados para conservar e manter a cor da carne (sais de cura). No organismo, principalmente no processo digestivo, eles podem se transformar em nitrosaminas, que são substâncias classificadas como potencialmente cancerígenas, especialmente ligadas ao câncer colorretal (intestino grosso). A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou as carnes processadas, como os embutidos, no Grupo 1 de carcinogênicos (evidência suficiente de ligação com o aumento do risco de câncer).
A grande quantidade de sódio nos embutidos é usada para conservação e sabor. O consumo excessivo de sódio contribui para o aumento da pressão arterial, o que eleva o risco de hipertensão e, consequentemente, de doenças cardiovasculares.
A grande quantidade de sódio nos embutidos é usada para conservação e sabor. O consumo excessivo de sódio contribui para o aumento da pressão arterial, o que eleva o risco de hipertensão e, consequentemente, de doenças cardiovasculares.
Muitos embutidos contêm alto teor de gordura saturada, que pode levar ao aumento do colesterol LDL ("ruim") e, com isso, aumentar o risco de doenças do coração e derrames. Fotos: Freepik
Muitos embutidos contêm alto teor de gordura saturada, que pode levar ao aumento do colesterol LDL ("ruim") e, com isso, aumentar o risco de doenças do coração e derrames. Fotos: Freepik

A conclusão inicial acende um alerta: cuidar da saúde custa mais, com a versão "nitrito free" podendo ser até 65% mais cara em grandes redes.

O aumento nos preços não é trivial. Na investigação da revista, o presunto sem nitrito custava 20% a mais na E. Leclerc e chegava a 65% de aumento nos hipermercados Auchan, considerando produtos de marca equivalente. O consumidor, atento à saúde, precisa desembolsar um valor consideravelmente maior pela opção vista como mais segura.

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É importante frisar que a preocupação com os nitritos tem fundamento científico. O Instituto Nacional de Pesquisa para Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (INRAE) relata que esses aditivos não são inofensivos.

Por que os nitritos preocupam a saúde?

O INRAE confirma a necessidade de atenção: um estudo sobre os dados da coorte NutriNet-Santé mostrou associações entre a exposição a aditivos alimentares nitritados e nitratados e riscos mais elevados de cancro da próstata e da mama.

Além disso, o instituto sugere que há "ligações entre aditivos nitritados e o risco de cancro colorretal, mesmo que a potência estatística não permitisse resultados significativos para esta localização específica do cancro". Portanto, reduzir a exposição a esses aditivos se torna uma prioridade para a saúde pública.

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A batalha pela redução de nitritos

Diante dessas evidências, os governos planejam ações. Por isso, existe um plano governamental que prevê uma "trajetória de redução ambiciosa de nitritos/nitratos nos produtos de charcutaria produzidos em França".

Embora a diminuição dos níveis no presunto já esteja em curso nos próximos meses, a proibição total ainda não é uma realidade. No entanto, o desejo por uma mudança mais drástica existe.

"A Liga Contra o Cancro continua a pedir a supressão total dos nitritos como aditivo alimentar, devido à sua periculosidade, mas também porque, com as novas condições de higiene, a vigilância das condições de abate e da cadeia de frio, já não há necessidade de utilizar nitritos como agente anti-infecioso", insiste Emmanuel Ricard, porta-voz da Liga Contra o Cancro e diretor de ações de combate.

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O que a agência de segurança alimentar recomenda

Enquanto a indústria se adapta, a Agência Nacional de Segurança Sanitária Alimentar, Ambiental e do Trabalho (Anses) oferece uma recomendação clara para limitar a sua exposição a esses aditivos. É essencial não exagerar no consumo de charcutaria.

Atualmente, a Anses recomenda não ultrapassar 150 gramas por semana para charcutaria, o que equivale a aproximadamente três fatias de presunto. Portanto, a moderação é uma grande aliada da sua saúde.

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