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Estudos revelam que reflexos e atenção seguem comprometidos após a noite de consumo de bebida alcoólica. | jcomp/Freepik
Mesmo quando a pessoa acorda se sentindo bem e acredita estar totalmente sóbria, dirigir no dia seguinte após consumir álcool continua sendo uma atitude de risco. Estudos recentes mostram que a chamada “ressaca” pode comprometer reflexos, atenção e tomadas de decisão.
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Pesquisas internacionais indicam que o desempenho ao volante pode ficar parecido com o de quem ainda está sob efeito direto da bebida, aumentando as chances de acidente.
O senso comum leva muitos motoristas a acreditar que, depois de uma noite de consumo de álcool, basta dormir algumas horas para que tudo volte ao normal. A ciência, porém, vem mostrando que essa confiança nem sempre é segura e pode custar caro no trânsito.
Estudos publicados em revistas científicas internacionais apontam que o desempenho ao volante segue prejudicado na manhã seguinte ao consumo de álcool, mesmo quando o nível de álcool no sangue já está muito próximo de zero. Isso acontece devido ao chamado efeito da ressaca.
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Segundo pesquisadores da área de psicofarmacologia, a ressaca afeta diretamente a atenção, o tempo de reação, o controle do veículo e aumenta os lapsos de concentração. Em situações de trânsito intenso, esses pequenos atrasos podem ser decisivos para a ocorrência de acidentes.
Um estudo publicado no Journal of Clinical Medicine mostrou que motoristas em situação de ressaca apresentaram desempenho semelhante ao de pessoas que ainda tinham resquícios de álcool no organismo. O risco, portanto, não se limita apenas a quem ainda “acusaria no bafômetro”.
Pesquisas realizadas com motoristas jovens, após eventos com consumo elevado de álcool, revelaram que o risco de acidentes permanece alto na manhã seguinte. Segundo levantamento divulgado por pesquisadores australianos, muitos condutores acreditavam estar aptos a dirigir, mesmo ainda apresentando prejuízos cognitivos.
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Esse excesso de confiança é um dos principais fatores de perigo. A pessoa se sente desperta, mas o cérebro ainda não recuperou totalmente suas capacidades. A combinação de reflexos lentos com trânsito urbano cria um cenário propício para colisões e atropelamentos.
Dados reunidos em uma revisão sistemática publicada na revista Addiction reforçam que o consumo intenso de álcool pode comprometer o desempenho mental por até 24 horas, especialmente em tarefas que exigem atenção constante, como dirigir.
O tempo necessário para o corpo eliminar completamente o álcool varia bastante de pessoa para pessoa. Peso, metabolismo, sexo, quantidade ingerida e até a qualidade do sono interferem diretamente nesse processo, segundo estudos recentes sobre comportamento ao volante.
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Além disso, dormir pouco após beber potencializa ainda mais os efeitos negativos. Uma pesquisa publicada na revista Sleep mostrou que a combinação entre sono insuficiente e álcool aumenta de forma expressiva o risco de falhas na condução e na vigilância.
Em termos práticos, isso significa que não existe uma regra fixa capaz de garantir que alguém esteja plenamente apto a dirigir apenas por ter dormido algumas horas. Mesmo após uma noite de descanso, o organismo pode ainda estar em processo de recuperação.
Na prática, a ressaca provoca uma série de alterações físicas e mentais que impactam diretamente a direção. Entre os principais problemas apontados por estudos científicos estão:
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Esses fatores, quando somados, criam um cenário de alto risco, principalmente em vias rápidas, rodovias ou em locais com tráfego intenso de veículos e pedestres.
Um dos achados mais preocupantes das pesquisas é a tendência do próprio motorista subestimar o quanto está prejudicado. Mesmo com desempenho reduzido em testes de reflexo e atenção, muitos relatam sentir-se plenamente capazes de dirigir.
Segundo estudo publicado na revista Psychopharmacology, essa autoconfiança não corresponde à realidade medida em simuladores de direção. O motorista acredita que está bem, mas, na prática, responde mais lentamente e comete mais erros.
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Essa dissociação entre percepção e desempenho real eleva o risco no trânsito, já que a pessoa não adota cuidados extras e, muitas vezes, dirige como se estivesse em condições normais.
Em alguns casos, além da ressaca, ainda pode existir álcool residual no organismo, mesmo no dia seguinte. Quando isso acontece, o risco de acidente cresce de forma significativa, de acordo com estudos sobre segurança viária.
Pesquisadores apontam que pequenas quantidades de álcool ainda presentes no sangue, somadas ao cansaço e à desidratação da ressaca, têm efeito potencializado sobre o sistema nervoso central.
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Ou seja, o motorista pode não se sentir embriagado, mas ainda assim estar com as capacidades psicomotoras comprometidas de forma relevante para a segurança no trânsito.
Diante das evidências científicas, a recomendação dos especialistas é clara: o mais seguro é evitar dirigir no dia seguinte após consumo intenso de álcool, principalmente nas primeiras horas da manhã.
Também é indicado priorizar uma boa hidratação, alimentação adequada e sono de qualidade após beber. Mesmo assim, esses cuidados não garantem recuperação total do desempenho ao volante no dia seguinte.
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Quando houver dúvida sobre as próprias condições, a alternativa mais segura é optar por transporte por aplicativo, caronas ou transporte público, reduzindo os riscos para si e para outras pessoas.
Mesmo que a pessoa se sinta bem e sem sinais evidentes de embriaguez, dirigir no dia seguinte ao consumo de álcool pode ser perigoso. A ciência mostra que a ressaca e possíveis resíduos de álcool continuam afetando reflexos, atenção e julgamentos.
Na prática, a melhor decisão é sempre agir com cautela. O trânsito exige plena capacidade física e mental, e pequenos déficits podem resultar em consequências graves. Quando o assunto é beber e dirigir, o risco não termina apenas quando a bebida acaba.
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