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Aceitar todas as demandas sem questionar prejudica sua imagem e saúde mental | Freepik
Sorrir sempre, aceitar todas as demandas e evitar qualquer conflito parece a postura ideal no ambiente de trabalho. Quando esse comportamento é motivado pelo medo de desagradar ou por uma necessidade constante de aprovação, ele deixa de ser uma virtude e passa a ser um fardo emocional.
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O psicólogo Wanderley Cintra Jr., especialista em comportamento no trabalho, chama esse fenômeno de “síndrome do simpático profissional”.
Em entrevista para o portal Terra, ele comenta que muitos profissionais acabam suprimindo emoções e opiniões para manter uma imagem de cordialidade e cooperação.
“É como se estivessem representando o tempo todo”, afirma Cintra. Esse esforço constante para agradar pode resultar em exaustão mental, ansiedade, irritabilidade e até afastamento por problemas emocionais.
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A tentativa de evitar qualquer atrito, mesmo os saudáveis, costuma nascer em ambientes de trabalho que demonizam o confronto ou reforçam a ideia de que “ser legal” é mais importante que ser verdadeiro.
Essa conduta traz efeitos colaterais e, com o tempo, o profissional passa a ignorar seus próprios limites, permitindo abusos e negligenciando sua saúde mental.
Além disso, esse padrão de comportamento pode comprometer o desempenho. O excesso de concessões leva à sobrecarga e cria relações de desequilíbrio. A pessoa que sempre diz "sim" vira uma escolha óbvia para tarefas extras.
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Em cargos de liderança, essa atitude pode ser ainda mais prejudicial. A busca excessiva por aprovação diminui a autoridade, dificulta decisões impopulares e fragiliza o respeito da equipe.
Em funções operacionais, o risco é a sobrecarga invisível, pois o colaborador se anula, deixa de propor ideias e sofre calado.
“Essa dinâmica cria relações superficiais e ambientes onde ninguém se posiciona de forma autêntica”, explica Cintra. E o resultado costuma ser um time com baixa concordância, alta rotatividade e sintomas claros de esgotamento emocional.
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De acordo com Cintra, é totalmente possível impor limites com empatia e manter boas relações no trabalho.
Com uma comunicação assertiva, que une clareza com respeito, você pode usar frases como “preciso avaliar melhor antes de aceitar mais uma tarefa” ou “posso ser sincero sobre como me sinto com isso?”.
Outro ponto importante é evitar justificar-se demais: um “não posso agora” dito com serenidade muitas vezes é suficiente para estabelecer o limite.
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O psicólogo também recomenda alternativas que sinalizem boa vontade sem submissão, como: “minha agenda está cheia neste momento, mas posso ajudar depois” ou “entendo a urgência, mas preciso de mais contexto para avaliar como posso contribuir”.
Essa abordagem demonstra equilíbrio emocional, algo cada vez mais essencial no ambiente de trabalho. Ser colaborativo é importante, mas não pode custar sua saúde mental ou identidade profissional.
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