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Tiago Leifert alerta sobre tipo raro de câncer que acometeu a filha e afeta muitas crianças

Cerca de 15% dos casos de retinoblastoma em crianças são descobertos muito avançados, quando já há metástase

Julia Teixeira

18/09/2025 às 15:20

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O casal, Tiago Leifert e Daiana Garbin, impactou mais de 150 milhões de pessoas com o testemunho da família, publicados em suas redes sociais em 2023. A campanha "De Olho nos Olhinhos" virou ONG.

O casal, Tiago Leifert e Daiana Garbin, impactou mais de 150 milhões de pessoas com o testemunho da família, publicados em suas redes sociais em 2023. A campanha "De Olho nos Olhinhos" virou ONG. | Foto: Reprodução/Instagram

O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum em crianças, porém é raro – responde apenas por 3% dos casos de câncer infantil. Entre 60% e 75% dos casos de retinoblastoma são esporádicos, isto é, uma célula sofre mutação e passa a se multiplicar descontroladamente.

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Essa forma de retinoblastoma geralmente aparece em crianças com mais de 1 ano de idade. Os demais casos são hereditários e a criança tem uma mutação num gene supressor de tumor chamado RB1, que está presente em todas as células de seu corpo, inclusive nas que vão dar origem a óvulos ou espermatozoides.

Crianças com retinoblastoma desenvolvem uma área branca e opaca na pupila, que se chama leucocoria, causada pela reflexão da luz provocada pela doença.
Crianças com retinoblastoma desenvolvem uma área branca e opaca na pupila, que se chama leucocoria, causada pela reflexão da luz provocada pela doença.
Entre os exames por imagem estão ultrassonografia do globo ocular, tomografia e ressonância magnética das órbitas oculares. Fotos: Reprodução/Flickr
Entre os exames por imagem estão ultrassonografia do globo ocular, tomografia e ressonância magnética das órbitas oculares. Fotos: Reprodução/Flickr

É comum que essa mutação seja herdada de um dos pais, embora possa ser também uma mutação nova que comece com o paciente, que vai transmiti-la aos descendentes. Nesses casos, o retinoblastoma se desenvolve no bebê, antes de 1 ano de idade.

Foi o oftalmologista carioca Hilário de Gouveia quem descreveu pela primeira vez um caso de retinoblastoma hereditário, em 1872. Gouveia atendeu um menino com esse tipo de tumor e removeu seu olho. 

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Anos depois, o paciente retornou a seu consultório com duas filhas, que tinham a doença em ambos os olhos. Ambas morreram. 

Gouveia não tinha noção de genética, que ainda nem engatinhava na época, mas deu uma pista tão interessante para as origens da doença que ele é o único brasileiro citado na lista das dez descobertas mais importantes sobre o câncer de todos os tempos pelo National Cancer Institute dos Estados Unidos.

Existem três tipos de retinoblastoma. O retinoblastoma unilateral afeta um olho e representa entre 60% e 75% dos casos. Destes, 85% são da forma esporádica da doença, e os demais são casos hereditários. O retinoblastoma bilateral afeta os dois olhos, quase sempre é hereditário e costuma ser diagnosticado bem mais cedo que o unilateral. 

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O retinoblastoma PNET (tumor neuroectodérmico primitivo) ou retinoblastoma trilateral ocorre quando um tumor associado se forma nas células nervosas primitivas do cérebro e só atinge crianças com retinoblastoma hereditário bilateral.

Tiago Leifert e a filha Lua

Aos 11meses,s Lua – filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin – foi diagnosticada já num estágio avançado da doença. Os pais decidiram falar publicamente sobre o diagnóstico para que outras famílias consigam chegar ao tratamento mais rapidamente do que a filha do casal.

O casal impactou mais de 150 milhões de pessoas com o testemunho da família, publicados em suas redes sociais em 2023. A campanha “De Olho nos Olhinhos” virou ONG para não só promover a conscientização sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce, mas também trabalhando na prática, auxiliando famílias do Brasil inteiro a encontrar médicos, realizar exames e chegar aos centros de referência em caso de diagnóstico confirmado.

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Sintomas da doença

  • “Olho de gato”: crianças com retinoblastoma desenvolvem uma área branca e opaca na pupila, que se chama leucocoria, causada pela reflexão da luz provocada pela doença. No Brasil, essa condição é popularmente conhecida como “olho de gato” e é facilmente visível em fotos tiradas com flash. A criança deve ser levada ao oftalmologista tão logo o fenômeno seja identificado, porque, mesmo que não seja um retinoblastoma, isso pode causar a perda da visão.
  • Problemas na movimentação do olho, como estrabismo.
  • Redução da visão em um olho.
  • Dor no olho.
  • Globo ocular maior que o normal.
  • Olho preguiçoso (ambliopia).

Diagnóstico 

Vários exames confirmam ou descartam o diagnóstico de retinoblastoma, começando pelo exame de fundo de olho, feito por um oftalmologista. Entre os exames por imagem estão ultrassonografia do globo ocular, tomografia e ressonância magnética das órbitas oculares.

Como é muito difícil realizar uma biópsia num tecido do fundo do olho sem o danificar, nos casos de retinoblastoma, ela não é feita.

Tratamento

Em centros especializados, nove em cada dez crianças com retinoblastoma são curadas. O tratamento tem como foco principal eliminar o câncer e salvar a vida da criança, preservar o olho, se possível, preservar o máximo da visão possível, limitar ao máximo os riscos de aparecimento de um segundo câncer mais tarde, especialmente nas crianças com retinoblastoma hereditário. 

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O tipo de tratamento vai depender: se o câncer está em um olho ou em ambos, do grau de visão do olho afetado e se o tumor se disseminou ou não. A enucleação (retirada do globo ocular) ocorre apenas nos casos de tumores muito grandes e com ausência de visão no olho comprometido.

O tratamento do retinoblastoma basicamente combina terapias oftalmológicas, como laserterapia e crioterapia, com a quimioterapia para eliminar o tumor. A laserterapia é bastante eficaz para tumores pequenos restritos à retina e que não envolvem a mácula, a parte mais importante da retina para a visão. A crioterapia usa uma pequena sonda para congelar o tumor e destruí-lo.

A quimioterapia pode ser usada tanto para atacar o tumor quanto para reduzi-lo e tornar a laserterapia ou a crioterapia mais eficientes. A radioterapia também é bastante eficaz no tratamento dos retinoblastomas e inclui uma pequena placa com sementes radiativas colocada fora do olho, perto do tumor.

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