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Minoxidil oral contra calvície: estudo traz novo guia | Imagem gerada por IA
Um novo estudo internacional, divulgado no Jornal da USP, revelou um guia prático para o uso do minoxidil oral em baixa dosagem (LDOM), usado no combate à calvície. O medicamento, que já é popular em sua versão tópica, agora ganha espaço por via oral.
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Segundo os pesquisadores, o remédio mostrou bons resultados para diferentes tipos de alopecia, inclusive com segurança considerada alta. No entanto, o acompanhamento médico segue sendo essencial.
Inicialmente criado para tratar hipertensão, o minoxidil oral mostrou um efeito colateral inesperado: o crescimento de pelos. Essa reação o transformou em alternativa para queda de cabelo.
Desde os anos 1980, a versão tópica do remédio passou a ser usada para calvície. Porém, em alguns pacientes, ela causa irritação e tem baixa adesão. Daí surgiu o interesse pelo uso oral em doses menores.
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Para orientar médicos, 43 especialistas de 12 países participaram de um estudo Delphi, técnica que busca consenso por meio de rodadas de perguntas. O artigo foi publicado no JAMA Dermatology.
Dos 180 itens analisados, 76 alcançaram pelo menos 70% de concordância. Entre os temas abordados estão diagnósticos, precauções, monitoramento e as doses ideais por faixa etária e gênero.
Para mulheres, a dose recomendada varia entre 1,25mg e 5mg ao dia. Na prática, resultados eficazes já aparecem com 1mg a 1,5mg, segundo a dermatologista Isabella Doche.
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Homens devem usar de 2,5mg a 5mg. Já adolescentes entre 12 e 17 anos começam com doses menores: 0,6mg para meninas e 1mg para meninos, podendo chegar a 2,5mg e 5mg, respectivamente.
O uso do minoxidil oral em crianças ainda é raro e não alcançou consenso no estudo. "É muito difícil encontrar especialistas experientes com esse público", afirmou Isabella Doche ao Jornal da USP.
Além de aumentar a densidade capilar, o minoxidil oral tem ação antiandrogênica. Isso ajuda a reduzir hormônios que provocam a miniaturização dos folículos e favorecem a calvície.
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“Os dermatologistas concordam que a medicação pode ser usada para as alopecias cicatriciais e não cicatriciais”, afirma Isabella. O uso oral é indicado especialmente para quem tem sensibilidade no couro cabeludo.
Embora o perfil de segurança seja bom, há riscos. O efeito mais perigoso citado é a efusão pericárdica. Já os efeitos comuns incluem taquicardia, tontura e inchaços, geralmente leves e passageiros.
Outro efeito relatado é a hipertricose, crescimento excessivo de pelos, até no rosto. “Para homens não é um grande problema, mas, para mulheres, pode ser”, explica Isabella, destacando a importância do ajuste de dose.
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O remédio não é indicado para gestantes, lactantes, pacientes com insuficiência cardíaca, histórico de pericardite ou derrame pericárdico. Nestes casos, os riscos superam os benefícios.
Quem tem taquicardia, arritmias, hipotensão ou faz diálise deve passar por avaliação médica especializada antes de iniciar o tratamento, para garantir a segurança do uso contínuo.
O grupo de especialistas recomenda avaliar os efeitos clínicos antes de ajustar a dose. Não houve consenso sobre o tempo ideal entre os ajustes: alguns defendem avaliações mensais, outros, trimestrais.
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Pacientes sem contraindicações graves não precisam de exames complexos. A resposta clínica e os efeitos colaterais orientam as decisões médicas ao longo do uso do medicamento.
O uso oral do minoxidil ainda é considerado off-label, ou seja, fora da bula. No Brasil, o medicamento precisa ser manipulado, pois não há versões industrializadas como em outros países.
“Existe um alerta muito importante da vigilância dos órgãos reguladores do Brasil quanto à procedência dessas medicações: que sejam feitas em farmácias credenciadas, autorizadas e sempre com acompanhamento de um médico”, alerta Isabella.
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O interesse pelo minoxidil oral cresce, mas a automedicação também. Muitas pessoas compram o produto sem receita, o que pode causar efeitos inesperados e até graves se mal utilizado.
Apesar de promissor, o tratamento precisa ser feito com orientação médica. Só assim é possível ajustar a dose corretamente e garantir a segurança do paciente ao longo do uso contínuo do remédio.
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