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Vício devastador: uso frequente de vape pode acabar com sua saúde bucal

Com design moderno, sabores e a falsa ideia de que são inofensivos, vapes têm protagonizado graves problemas de saúde

Leonardo Sandre

14/05/2025 às 19:00

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Com design moderno, sabores e a falsa ideia de que são inofensivos, os vapes ocupam o centro de um problema de saúde que vai além dos pulmões

Com design moderno, sabores e a falsa ideia de que são inofensivos, os vapes ocupam o centro de um problema de saúde que vai além dos pulmões | Renz Macorol/Pexels

Criado como alternativa ao cigarro tradicional e vendido sob a promessa de menos danos à saúde, o cigarro eletrônico rapidamente virou febre entre os brasileiros, especialmente entre adolescentes e jovens adultos.

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Com design moderno, sabores e a falsa ideia de que são inofensivos, os vapes ocupam o centro de um problema de saúde que vai além dos pulmões: os prejuízos causados à boca são visíveis nos consultórios odontológicos. 

Divulgado em novembro de 2024, pesquisa realizada pelo Instituto do Coração (Incor) em parceria com a Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo e a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) apontou que o vício em cigarros eletrônicos, leva o organismo a uma exposição de nicotina equivalente a 120 cigarros.

“Existe uma ilusão de segurança em torno do vape. Mas os compostos químicos presentes nesses dispositivos alteram profundamente o equilíbrio do ambiente bucal. Em pouco tempo, já é possível observar os prejuízos clínicos nos pacientes”, alertou o ortodontista Wagner Alviano, mestre e doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Efeitos do vício

O vapor inalado resseca a mucosa oral, altera o pH da boca, favorece a proliferação de bactérias e pode acelerar o desenvolvimento de cáries, gengivite e periodontite. Segundo o especialista, é cada vez mais comum encontrar jovens com retração gengival, manchas nos dentes e até lesões na mucosa bucal.

"São quadros que, há alguns anos, víamos com mais frequência em adultos fumantes", pontuou.

O impacto do vape na saúde também entrou recentemente no debate público após a influenciadora e advogada Deolane Bezerra relatar, nas redes sociais, que acordou com dores no peito e decidiu descartar todos os cigarros eletrônicos que possuía.

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O episódio repercutiu amplamente na imprensa e reforçou o alerta sobre os efeitos colaterais ainda subestimados desses dispositivos, especialmente entre o público jovem que acompanha figuras públicas e tende a replicar hábitos sem considerar os riscos envolvidos para a saúde no geral.

Além da nicotina concentrada, que reforça a dependência química, os dispositivos eletrônicos contêm substâncias como propilenoglicol e glicerina vegetal, que, aquecidas, formam um vapor capaz de causar inflamações, úlceras e alterações celulares em diferentes áreas da cavidade oral.

A situação é ainda mais delicada para quem faz tratamento ortodôntico. “Pacientes que usam aparelhos fixos ou alinhadores removíveis enfrentam riscos aumentados.

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A mucosa fica mais sensível, o acúmulo de biofilme cresce e o processo inflamatório pode comprometer tanto a adesão ao tratamento quanto os resultados a longo prazo”, explicou Alviano.

Uso cresceu entre os jovens

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizado em 2023, aponta que o uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) cresceu cerca de 20% entre adolescentes de 13 a 17 anos em países da América Latina.

No Brasil, mesmo com a venda proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, o consumo segue em alta.

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Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que dois em cada 10 jovens já experimentaram o vape, geralmente adquiridos em comércios informais ou por meio de redes sociais.

Embora o uso de cigarros eletrônicos seja permitido em alguns países sob a justificativa de reduzir danos do tabagismo, diversas entidades de saúde têm recuado diante das evidências crescentes sobre os riscos.

O Reino Unido, por exemplo, já discute medidas para frear o acesso de jovens aos vapes. No Brasil, a Anvisa reforçou em abril deste ano a proibição da comercialização, importação e propaganda desses produtos, destacando os danos comprovados à saúde.

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“Estamos diante de um retrocesso silencioso. Um hábito novo, que se vende como moderno, está provocando danos que a odontologia já conhece bem em uma geração que deveria estar livre do tabaco. Precisamos incluir a saúde bucal com mais força nessa conversa”, concluiu o ortodontista.

Mais do que um modismo, o cigarro eletrônico representa um desafio invisível e progressivo. E, no corpo humano, é a boca que costuma emitir os primeiros sinais de alerta.

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