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A doação, além de ato de desapego, também se trata de solidariedade | Liza Summer/Pexels
Para muitas pessoas, desapegar não é apenas uma questão de se desfazer de roupas, papéis ou lembranças antigas. É um movimento interno, profundo, que envolve emoções, crenças e vínculos que já não fazem mais sentido.
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“O que fica travado fora muitas vezes é o reflexo do que está acumulado dentro da gente”, explicou Daniele Caetano, psicoterapeuta e fundadora da Caminhos da Terapia e da Mentoria Bem Me Quero.
Para ela, permitir o desapego é permitir o movimento natural do tempo na vida. "Quando tiramos algo da casa, abrimos espaço — e esse espaço não é só físico, é também mental e emocional. A casa é uma extensão do nosso mundo interno, e ao organizar ou deixar ir".
Doar ou descartar algo é, segundo Daniele, um ato libertador.
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"A energia começa a fluir de outro jeito, o humor muda, o corpo relaxa", afirmou.
Contudo, é crucial que o processo não seja apressado nem acompanhado de culpa.
"Comece pequeno, uma gaveta, uma prateleira, e vá sentindo o que cada objeto desperta. O desapego é um exercício de autoconhecimento. Muitas vezes, o que seguramos com força não é o objeto em si, mas a história que ele carrega."
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Roupas, presentes e lembranças de relações passadas costumam ter uma carga emocional mais intensa.
“Esses itens são símbolos de vínculos e de fases da vida. O medo de se desfazer deles é, na verdade, o medo de perder o que aquela história significou. Mas o que é verdadeiro não está no objeto, está dentro da gente”, refletiu.
Um exemplo citado pela especialista foi o de uma mulher que guardava as roupas de casamento mesmo após um divórcio, segundo a especialista, a mulher não conseguia fazer isso, pois seria "admitir um fim".
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"Quando finalmente doou as roupas, disse que sentiu um alívio físico, como se respirasse de novo. Pouco tempo depois, reorganizou a casa e começou um novo relacionamento com ela mesma", contou.
A doação, além de ato de desapego, também se trata de solidariedade.
“Doar é uma troca de energia. Quem doa se abre para o novo, quem recebe sente-se acolhido. O que já cumpriu seu ciclo com a gente pode ser a chance de recomeço para outra pessoa.”
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Para decidir o que fica e o que vai embora, Daniele sugere três perguntas simples:
“Se a resposta for ‘não’ para duas delas, talvez seja hora de deixar ir”, orientou.
A psicoterapeuta finalizou recomendou alguns hábitos para manter a leveza e evitar que novos objetos se acumulem. Segundo ela, abrir as janelas todos os dias, acender um incenso, ouvir uma música que eleve o humor ou fazer uma limpeza a cada nova estação ajudam muito neste processo.
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"São gestos simples, mas simbólicos. Assim como a gratidão e o autocuidado, eles ajudam a manter o coração em constante renovação", finalizou.
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