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A ideia veio de uma necessidade do dia a dia | Freepik
Rani, uma estudante de 14 anos do ensino médio, teve um estalo ao ligar o chuveiro numa noite comum. Enquanto esperava a água aquecer, percebeu litros de água fria escorrendo pelo ralo, um desperdício tão cotidiano que passa despercebido pela maioria das pessoas. Foi ali que ela decidiu transformar a situação em oportunidade.
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Determinada a resolver o problema, a jovem criou o Aqua Loop: um dispositivo que registra a temperatura da água e impede que ela saia pelo chuveiro até estar na temperatura ideal. Em vez de desperdiçar água fria, o equipamento a recicla para o sistema de aquecimento, garantindo economia e conforto.
A tecnologia chamou atenção imediata. Montado com placas de circuito, tubos, válvulas solenóides e um simples botão, o Aqua Loop impressionou especialistas por ser prático, funcional e compatível com sistemas domésticos, algo ainda inexistente no mercado australiano.
A motivação de Rani veio da própria rotina. Moradora de uma comunidade rural na costa centro-norte de Nova Gales do Sul, ela cresceu em contato constante com a importância da conservação de água. O desafio escolar de procurar formas de reduzir o consumo apenas ampliou essa consciência.
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Ao medir seu próprio banho, descobriu que desperdiçava mais de 5 litros de água enquanto esperava o aquecimento. Em uma casa com quatro pessoas, isso representa mais de 2.600 litros por ano, uma quantidade significativa, especialmente em regiões afetadas por secas recorrentes.
Embora dispositivos parecidos existam em países como os Estados Unidos, a Austrália não oferece soluções similares para chuveiros residenciais. O Aqua Loop, portanto, surgiu não apenas como uma ideia criativa, mas como uma solução necessária para um problema real enfrentado por famílias australianas.
O professor de Rani, Lloyd Godson, não esperava que seus alunos construíssem protótipos funcionais. Mas Rani foi além: apresentou um modelo real, capaz de operar e demonstrar o conceito na prática. O resultado impressionou tanto que o próprio professor recomendou que ela levasse a invenção ao Powerhouse Museum, em Sydney.
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Durante a conferência, a jovem inventora ganhou o olhar atento de Eman Soliman, fundadora da EduTech Australia, que imediatamente percebeu o potencial da estudante. Ela ofereceu patrocínio para que Rani participasse do prestigiado programa STEAMS-Preneurs, focado em desenvolver talentos femininos em tecnologia.
Competindo com 75 participantes, a jovem se destacou pelo impacto ambiental de sua proposta e venceu o prêmio estadual. Sua apresentação reforçou como soluções simples podem gerar grande transformação, principalmente em regiões remotas e com desafios hídricos.
O programa STEAMS-Preneurs tem como missão reduzir a disparidade de gênero nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. A participação de Rani reforçou a importância de incentivar meninas que desejam seguir carreira em inovação e tecnologia.
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Segundo Eman Soliman, em entrevista ao portal ABC News, as meninas ainda enfrentam desafios para entrar nessas áreas, e criar espaços de apoio é essencial para que novas inventoras tenham confiança e protagonismo. No caso de Rani, suas habilidades técnicas se somaram à capacidade de apresentar, argumentar e defender seu projeto, pilares fundamentais do programa.
A jovem, que sonha em estudar arquitetura e ciências ambientais, deixou claro que pretende continuar no caminho da inovação. Sua jornada inspira outras estudantes a transformarem problemas do cotidiano em ideias capazes de gerar impacto real na sociedade.
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