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Apesar de práticos, patinetes elétricos tem colocado vidas em risco em todo o mundo | Freepik
Os patinetes elétricos tornaram-se parte do cotidiano em muitas cidades, inclusive no Brasil. Práticos, baratos e fáceis de alugar, eles parecem uma solução moderna de mobilidade. O problema é que, junto com a popularização, crescem também os acidentes graves.
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De acordo com um levantamento, paulistanos realizam mais de 75 mil viagens com patinetes elétricos em um mês.
Em entrevista ao jornal, o médico Raymond Carson, especialista em medicina de reabilitação, relatou o caso de um jovem de 18 anos que atendeu após um acidente com patinete elétrico.
“Recentemente, cuidei de um homem, de 18 anos, que sofreu uma lesão que mudou sua vida completamente após um acidente com uma scooter elétrica”.
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Segundo Carson, o rapaz passou três meses em tratamento intensivo. “Ele passou três meses sob nossos cuidados e agora já voltou para casa”.
Antes do acidente, era saudável, praticava esportes e tinha plena mobilidade. “Infelizmente, agora ele está enfrentando uma nova realidade em que não poderá mais andar. Ele teve uma recuperação razoavelmente boa, mas perdeu muita funcionalidade e isso é realmente devastador para um jovem como ele.”
O médico afirmou ao The Irish Times que, em poucos meses, cinco ou seis homens deram entrada no hospital após acidentes graves envolvendo patinetes.
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“O que todos eles têm em comum”, diz o Dr. Carson, “é que são homens, estavam viajando em alta velocidade, não usavam capacete e, infelizmente, todos sofreram ferimentos que mudaram suas vidas.”
Dados apresentados na reportagem mostram que o problema não é pontual. Um estudo apontou que os patinetes elétricos já são vistos como um dos meios de transporte mais perigosos, superando até motocicletas.
A maioria dos usuários é formada por homens e pessoas mais jovens, o que ajuda a explicar o perfil dos acidentes.
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Carson também disse ao jornal que ainda existe uma percepção equivocada sobre esses veículos. “Ainda existe essa percepção de que as trotinetes elétricas são inofensivas, como brinquedos”.
Para ele, o nome contribui para a confusão: "Imaginamos uma criança pequena em uma scooter de brinquedo. Só o nome já vem à mente de muita gente, muitas pessoas associam isso a um brinquedo inofensivo, mas não se dão conta de quão perigosas essas máquinas são”.
Outro ponto levantado foi o avanço tecnológico desses veículos. “A sofisticação dessas máquinas está aumentando o tempo todo”, diz o Dr. Carson.
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“Existem patinetes elétricos capazes de atingir velocidades de até, acredito, 60 km/h ou mais”. Comentou
Para o médico, o risco está no conjunto de fatores: “É realmente a tempestade perfeita. Considere o perfil demográfico típico. Um jovem do sexo masculino, eles sabem correr riscos, conhecem o comportamento audacioso, não têm medo e são uma máquina poderosa. É a receita perfeita para o desastre, francamente.”
A reportagem também trouxe um alerta sobre crianças e adolescentes. Um dos trechos mais preocupantes envolve dados hospitalares de atendimento a menores de 16 anos vítimas de traumatismo craniano.
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“Essas crianças não devem ser avaliadas por especialistas em neurocirurgia, ortopedia ou reabilitação”, afirmou a médica Judith Meehan em declaração reproduzida pelo jornal.
Outro especialista citado foi direto: “Ele não deveria ver nenhuma delas, porque nenhuma delas deveria estar andando de patinete elétrico”.
Apesar de leis que limitam idade, velocidade e potência, os especialistas ouvidos pelo The Irish Times destacaram falhas na fiscalização e desconhecimento das regras. O risco aumenta ainda mais quando o uso ocorre sem capacete ou com veículos modificados.
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O alerta que surge desses relatos é claro: patinetes elétricos podem ser úteis, mas não são inofensivos. E isso vale para qualquer país onde esse meio de transporte esteja ganhando espaço, inclusive para quem já vê esses veículos se espalhando pelas ruas todos os dias.
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