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Em 2024, o Disque 100 registrou mais de 178 mil denúncias sobre violência contra o idoso | Imagem gerada por IA
A violência contra o idoso é um assunto silencioso. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 mostrou que 10,05% dos idosos relataram ter sofrido algum tipo de abuso, porém as vítimas não costumam denunciar.
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Além disso, o crescimento de casos também preocupa. Segundo dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), no primeiro trimestre de 2025, o número de situações de violência contra idosos (44.336) foi maior que em 2024 (42.675).
Grande parte das agressões ocorrem dentro de casa. Para evitar mais casos, foi criado o Dia Nacional de Conscientização da Violência Contra Pessoa Idosa, celebrado em 15 de junho.
A presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Naira Dutra Lemos, reforça a importância da denúncia e destaca as duas principais violências a que a população da terceira idade está sujeita.
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Além das agressões físicas, a violência psicológica também é comum, segundo a médica. Para ela, esse tipo de agressão é sutil:
“Infelizmente, a população idosa não relata para os profissionais da área da saúde que sofrem esse abuso emocional, por terem vergonha e receio de denunciar o agressor. Só ficamos sabendo quando a pessoa toma coragem e revela o fato.”
Além disso, a PNS 2019 mostrou que a violência psicológica foi o subtipo de agressão mais relatado, com 9,63% no total (10,77% para mulheres e 8,13% para homens).
Naira Dutra Lemos esclarece que a violência física é mais fácil de identificar por causa dos hematomas. A pele das pessoas na velhice perde a elasticidade, fica mais frágil, fina e seca.
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Já na violência psicológica, alguns sinais são importantes como se o idoso estiver sem blusa em dias frios. Muitas vezes a pessoa não se reconhece como vítima e aceita os abusos.
“É fundamental ficarmos atentos aos sinais não visíveis, como o isolamento social e o medo de falar. Geralmente isso ocorre quando estão perto dos agressores, principalmente pelo medo de represálias”, diz Lemos.
Ela também destaca a importância de evitar a infantilização. Tratar como ‘vozinho’ que deve ser poupado de assuntos. Isso faz com que a pessoa se sinta às margens dos principais assuntos da família, o que dificulta ainda mais a comunicação.
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Para enfrentar esses abusos, o dia 15 de junho foi instituido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa. A data também marca o junho violeta.
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