'DOR DE CABEÇA'
De maio até junho, o atendimento da Fundação Procon-SP registrou um aumento de 373% nas reclamações contra a empresa
Matheus Herbert
Publicado em 15/07/2020 às 12:27
Atualizado em 15/07/2020 às 12:33
Em alguns casos o valor da fatura chegou a quadruplicar no mês passado / EDUARDO TOLEDO
Os clientes da Enel, distribuidora de energia que atende a Capital e a região metropolitana de São Paulo, voltaram a reclamar de cobranças abusivas nas contas de luz. Em alguns casos o valor da fatura chegou a quadruplicar no mês passado. De maio até junho, o atendimento da Fundação Procon-SP registrou um aumento de 373% nas reclamações contra a empresa.
“Venho tentando resolver com a Enel a cobrança abusiva que eles estão cobrando, porém, sem sucesso. A última conta que paguei foi a de março no valor de R$ 136,93, após essa conta não foi gerado mais nenhuma. Passou o mês de abril, maio, junho e no final do mês passado apareceu uma conta no valor de R$ R$ 735,83 com vencimento para dia 7 de julho”, reclamou Vanessa Iris Amaral. A diferença no valor entre março e junho é de mais de 400%.
Já o morador de Taboão da Serra, Ângelo Neto, também se assustou com o valor da cobrança. “A minha cobrança chegou com o valor de R$ 330. Alguém consegue me explicar o motivo? É simplesmente um absurdo”, reclamou em um grupo de moradores.
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Em abril, a distribuidora suspendeu a leitura presencial dos medidores para evitar a contaminação de seus colaboradores, oferecendo duas opções para a cobrança durante a pandemia, a realização de autoleitura e a cobrança pela média de consumo dos últimos 12 meses. Porém, esses métodos geraram muita confusão entre os consumidores, principalmente, com relação aos valores que estão sendo cobrados com o restabelecimento das leituras presenciais.
“Neste mês de junho tivemos em casa uma surpresa nada agradável de uma conta da Enel no valor de
R$ 546,94, sendo que no mês anterior era de R$ 166,63. Não compreendemos este aumento baseado nesta média de uso de energia dos últimos 12 meses”, complementou Jean Cícero em uma rede social da Enel.
Para o Procon-SP, a cobrança por média gerou faturamentos incorretos e transtornos aos consumidores.
COMO RECLAMAR.
Se a conta chegar no valor muito acima da média, o consumidor deve registrar uma reclamação nos canais de atendimento do @proconsp: no site www.procon.sp.gov.br ou aplicativo – disponível para Android e iOS.
A conta será auditada e, após análise, uma nova fatura será emitida com o valor correto e nova data de vencimento.
Feito o registro no @proconsp o consumidor deve aguardar o resultado da análise para só assim efetuar o pagamento da conta.
O pagamento em nova data, mesmo se estiver correto o valor, não terá cobrança de juros e poderá ser parcelado em até 8 (oito) vezes no boleto ou em 12 (doze) vezes no cartão de crédito.
Se o consumidor já efetuou o pagamento, mas não concorda com o valor deve registrar reclamação; após a análise, se ficar constado aumento indevido, o valor será abatido nas próximas faturas.
POSICIONAMENTO DA ENEL.
Através de uma nota oficial à Gazeta, a Enel Distribuição São Paulo informou que, em junho, retomou a leitura presencial de 80% dos medidores de energia dos clientes da companhia. Em julho, todos os equipamentos de medição voltarão a ser lidos normalmente pela distribuidora. A diferença, para mais ou para menos, entre o valor da conta faturada pela média e o real consumo de energia no período será compensada automaticamente, com a retomada da leitura pela distribuidora ou caso o cliente tenha realizado a autoleitura.
Desde o final de março, muitos clientes tiveram a conta de energia faturada pela média do consumo dos últimos 12 meses ou por meio da autoleitura. A medida foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em função do avanço da Covid-19 e para contribuir com o isolamento social.
A Enel Distribuição São Paulo acrescenta que está oferecendo a opção de parcelamento dos débitos com a companhia. Os clientes que desejarem podem parcelar em até oito vezes e as parcelas serão cobradas nas próprias faturas de energia ou em até 12 vezes no cartão de crédito. A entrada será a partir de 13% do valor total do débito. Para realizar a negociação, os clientes podem acessar o portalnegociacao.eneldistribuicaosp.com.br ou o aplicativo da Enel.
Além disso também podem procurar atendimento pela central da empresa pelo telefone 0800 72 72 120. Uma cliente reclamou a reportagem que precisou aguardar mais de 50 minutos na linha para conseguir ser atendida.
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