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Desenvolvedores acreditam que a junção dos imunizantes pode aumentar a eficácia da vacina
21/12/2020 às 12:54
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Os pesquisadores russos ainda não publicaram dados da eficácia de seu imunizante em uma revista científica, mas a Universidade de Oxford e a AstraZeneca, sim | /ITAMAR CRISPIM / FIOCRUZ
Nesta segunda-feira (21), a farmacêutica AstraZeneca e o Instituto Gamaleya, que desenvolveu a Sputnik V, assinaram um acordo para testar uma combinação dos imunizantes. "Os ensaios começarão em breve", de acordo com o comunicado.
O objetivo do acordo é avaliar a eficácia e segurança do uso combinado de um dos componentes da Sputnik V e um dos componentes da vacina AZD1222, desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.
Em 11 de dezembro, a AstraZeneca anunciou a possibilidade de combinar as duas vacinas, mas não informou nenhuma data e não oficializou o acordo. O comunicado foi realizado depois que os próprios desenvolvedores da Sputnik V sugeriram, em uma rede social, que a AstraZeneca tentasse a combinação para aumentar a eficácia da sua vacina.
Os pesquisadores russos ainda não publicaram dados da eficácia de seu imunizante em uma revista científica, mas a Universidade de Oxford e a AstraZeneca, sim.
Tecnologia
Os dois imunizantes usam um vetor viral. Nesse tipo de vacina, os desenvolvedores usam um outro vírus modificado, para introduzir parte do material genético do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no organismo e induzir a resposta do sistema de defesa do corpo.
Nas duas vacinas, o tipo de vírus que "carrega" o coronavírus para o corpo é um adenovírus. Além dessa semelhança, os dois imunizantes também são aplicados em duas doses.
No entanto, há uma diferença: a vacina de Oxford aplica doses iguais do adenovírus, enquanto a Sputnik V utiliza doses diferentes. De acordo com os cientistas russos, isso é uma grande vantagem da vacina.
“O uso de dois vetores diferentes para duas injeções vai resultar em uma eficácia maior do que usar o mesmo vetor para as duas injeções", dizem os pesquisadores.
O líder do fundo RDIF, que financiou a Sputnik V, Kirill Dmitriev, afirmou que isso mostra a força da tecnologia da vacina e "a nossa disposição e desejo para fazer parcerias com outras vacinas para combater a Covid-19 juntos".
Testes no Brasil
A vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford é uma das quatro que estão sendo testadas no Brasil. O País tem contrato de compra de doses e repasse da tecnologia para a Fiocruz. O investimento será de R$ 1,9 bilhão.
O governo russo firmou acordo com os governos do Paraná e da Bahia para produção da Sputnik V em solo brasileiro.
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