Tempestade com ventos de 98 km/h causa estragos e deixa milhares sem luz em SP

São Paulo viveu nesta segunda-feira (22/9) uma tarde marcada por ventos de quase 100 km/h e chuva intensa.

O temporal escureceu o céu em pleno dia e provocou estragos em diferentes regiões, com imóveis destelhados, árvores caídas, alagamentos e falhas no fornecimento de energia que afetaram quase 900 mil imóveis na Grande São Paulo.

As rajadas mais fortes foram registradas na zona norte, onde o Aeroporto Campo de Marte marcou 98,2 km/h, às 14h08. Na mesma região, a estação meteorológica do CGE, em Santana, chegou a 92,1 km/h.

Congonhas também foi atingido, com rajadas de 87 km/h. O recorde na capital paulista ainda pertence o outubro de 2024, quando os ventos chegaram a 107,6 km/h.

Estragos em série

Os impactos foram sentidos em diferentes áreas da cidade. No Pacaembu, mansões tiveram telhados arrancados. No Centro, parte do teto da Estação Brás, da CPTM, desabou, deixando passageiros em meio a goteiras e chão alagado. 

Já no Aeroporto de Congonhas, a chuva invadiu a área próxima ao portão 4, formando uma verdadeira cascata dentro do terminal e forçando companhias aéreas a cancelar e alternar voos.

Houve ainda registros de janelas estilhaçadas pela força da ventania em prédios de Higienópolis, onde um gato foi arremessado para fora de um apartamento e está desaparecido. 

Árvores caíram sobre carros na Alameda Santos, próximo ao Masp, e também no Viaduto do Chá, bloqueando ruas importantes.

Apagão e caos no trânsito

Segundo boletim da Enel, mais de meio milhão de imóveis ficaram sem luz no auge da tempestade. Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, 74% dos clientes da concessionária foram afetados, somando 271 mil endereços.

Em Santo André e Diadema, também às no ABC, falhas também atingiram milhares de residências.

A empresa atribuiu parte do apagão a um desligamento em subestação da Isa Energia Brasil, em Santo André, que impactou o fornecimento para cerca de 900 mil clientes. 

A recomposição foi concluída até 11h22, mas novas quedas ocorreram durante a tarde em razão de galhos e árvores que atingiram a rede elétrica.

Com árvores e placas de sinalização no chão, o trânsito ficou ainda mais congestionado em pontos críticos da cidade. Motoristas precisaram desviar pela contramão e até sobre calçadas para escapar dos bloqueios.

Defesa Civil e alertas à população

A Defesa Civil estadual emitiu alertas severos por SMS para moradores da capital e da Grande São Paulo. 

A mensagem avisava sobre temporais com rajadas de vento e riscos de quedas de árvores e destelhamentos, recomendando que todos se abrigassem.

No início da tarde, por volta das 14h, as nuvens avançaram com rapidez e fizeram o “dia virar noite” em bairros como Barra Funda, onde imagens mostraram a tempestade encobrindo prédios em questão de segundos, sendo considerada a 'maior chuva da história' e surpreendendo até mesmo os meteorologistas.

Frio à vista

Com a passagem da frente fria, a expectativa é de tempo encoberto e temperaturas em queda. Na terça-feira (23/9), os termômetros devem variar entre 14°C e 18°C, com garoa ocasional. 

A quarta-feira (24/9) será ainda mais fria, com mínima de 13°C e máxima de 17°C. Até sexta-feira (26/9), a mínima deve chegar a 10°C, reforçando o cenário de instabilidade.