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O Brasil é um país continental onde existe muita desigualdade, pobreza e fome. Negar isso é negar a realidade brasileira. Realidade que foi negada pelo presidente Jair Bolsonaro, que chegou a afirmar que "falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira".
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O combate à fome no Brasil se estagnou, apesar do País ter saído do mapa da fome em 2014. De acordo com Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e um grupo de agências da ONU, em 2017 existiam 5,2 milhões de brasileiros passando fome. Os dados foram divulgados em setembro do ano passado. Em 2014, segundo a entidade, o total era de 5,1 milhões.
Além disso, entre os anos de 2008 e 2017 (último dado disponível), foram pelo menos 63.712 óbitos no País por complicações decorrentes da desnutrição, uma média de 17 mortes por dia. O levantamento foi realizado no Datasus, portal de dados do Ministério da Saúde.
Os dados incluem mortes relacionados aos quadros de desnutrição proteico-calórica leve, moderada e grave e a condições mais raras, porém ainda existentes no Brasil, como kwashiorkor (desnutrição provocada pela ingestão inadequada de proteínas) e marasmo nutricional (condição na qual a falta de calorias leva a importante perda muscular e atrofia de alguns órgãos).
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Ter conhecimento sobre este tipo de dado do País que se governa é indispensável para qualquer chefe de Estado.
Após sua fala errônea, Bolsonaro recuou e afirmou não saber por que uma "pequena parte" da população ainda passa fome e por que "outros passam mal ainda".
A declaração do presidente gerou críticas. O diretor da FAO e um dos principais articuladores do Programa Fome Zero, do governo Lula, disse ter ficado chocado com a afirmação de Bolsonaro e declarou que o "presidente está desinformado".
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Toda esta desinformação, que é recorrente, de Bolsonaro sobre vários assuntos da sociedade só mostra que ele não está atento aos problemas da população brasileira. E que algumas vezes gera questionamentos se o presidente realmente vive e governa o Brasil.
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