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Memórias de Porto Feliz

A Solene Partida da Monção

Cerca de 100 artistas porto-felicenses voluntários participaram de uma encenação para homenagear o centenário do Parque das Monções

Maria Eduarda Guimarães

02/06/2023 às 11:58  atualizado em 02/06/2023 às 12:12

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Memórias de Porto Feliz Releitura do quadro 'A Partida da Monção'

Memórias de Porto Feliz Releitura do quadro 'A Partida da Monção' | Foto de Alexandre Souza

A foto que ilustra esta postagem – obra preciosa do fotógrafo e repórter Alexandre Souza -, é uma releitura do famoso quadro “A Partida da Monção” do artista ituano José Ferraz de Almeida Júnior, pintado em 1897. Cerca de 100 (cem) artistas porto-felicenses voluntários participaram dessa encenação, para homenagear os 100 (cem) anos do Parque das Monções.

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O velho Porto de Araritaguaba diretamente relacionado a um dos episódios mais importantes da história do Brasil, registra fatos memoráveis e inesquecíveis que são reconstruídos pelos nossos historiadores nas suas preciosas e inspiradoras crônicas do tempo. É emocionante reviver em suas minúcias, os detalhes que compuseram o pomposo momento da partida de uma monção.

Ao amanhecer do dia 16 de julho de 1726, o Porto de Araritaguaba tornou-se festivo e movimentado por conta da largada barulhenta e colorida das 308 (trezentas e oito) canoas que compuseram a frota da Monção comandada pelo Capitão-General Rodrigo César de Menezes, rumo aos sertões inóspitos de Cuiabá.

Nesse memorável dia a primeira solenidade foi a missa celebrada na Capela de Nossa Senhora da Penha que, indubitavelmente, não teve espaço suficiente para abrigar a todos os aventureiros em suas limitadas dependências. Entretanto, em religioso recolhimento, a imensa multidão lotou as cercanias do histórico Porto nas margens lendárias do velho Rio Tietê, onde todos receberam do sacerdote a tão aguardada bênção da viagem. Com isso a Monção estava prestes a partir.

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O Capitão-General acomodou-se em uma canoa protegida por um toldo, em cuja popa tremulava levemente a bandeira portuguesa. As salvas de mosquetes e as aclamações acaloradas da multidão, enchiam os ares. Todos estavam a bordo de suas respectivas embarcações, devidamente confessados e sacramentados, porque do Porto de Araritaguaba para baixo não existiam mais igrejas nem sacramentos.

Nesse momento, no alto da barranca do rio, o Padre Ângelo de Siqueira - Pároco da Freguesia de Nossa Senhora da Penha de Araritaguaba -, trajando estola e acompanhado do sacristão, pediu que os presentes abaixassem as cabeças. Respeitosamente os homens da mareação, cada qual no seu posto, empunharam seus remos e voltaram as pás para o ar. O sacerdote procedeu à bênção por meio da ladainha de Nossa Senhora, e aspergiu a todos implorando a clemência e a proteção da Virgem Maria.

Sob as salvas dos mosquetões e sob os brados de “desamarra”, desfraldou-se a bandeira real e no impulso vigoroso dos remos, ajudados pela correnteza do rio, as 308 (trezentas e oito) embarcações que formavam a Monção de Dom Rodrigo César de Menezes deslizaram pelas águas do Rio Tietê, rumo aos sertões desconhecidos.

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Assim transcorreu mais uma viagem, entre tantas outras que partindo do Porto de Araritaguaba, hoje a cidade de Porto Feliz, contribuíram para o alargamento das fronteiras do Brasil! Salve Terra das Monções / Tua gente varonil / Honrará tuas tradições / E a grandeza do Brasil.

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