Editorial
Três meses de governo, 13,1 milhões de desempregados no País, dólar batendo a marca dos R$ 4 e o presidente da República botando lenha na fogueira, alfinetando o chefe do Legislativo na TV enquanto são discutidas reformas importantes na Câmara dos Deputados.
Rodrigo Maia (DEM) acusou Jair Bolsonaro (PSL) de estar "brincando" em vez de governar o País.
Antes disso, o filho "2" de Bolsonaro, o vereador Carlos, também já havia provocado Maia pelas redes sociais por conta de um episódio envolvendo o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro.
Em meio a essas troca de farpas, as discussões sobre a reforma da Previdência e outras pautas essenciais para o Brasil não avançam. O novo governo prometia combater a "velha política", mas está tendo de aprender a duras penas que o novo não se constrói sem os velhos trâmites.
Ouvir interlocutores, líderes de bancadas de diferentes partidos, empresários de vários setores, não é se corromper, mas fazer um bom trabalho de articulação.
E é isso que não está acontecendo. Maia quis demonstrar a força do parlamento ao votar um projeto que engessa o orçamento federal, e conseguiu. A maioria o acompanhou contra o governo.
Essa briga de egos, disputa para ver quem tem mais poder, tem consequências reais. O Banco Central cortou de 2,4% para 2% a previsão de aumento do produto Interno Bruto (PIB) em 2019, o mercado financeiro ficou instável e o dólar alcançou a barreira dos R$ 4, voltando aos índices do período anterior à eleição
presidencial.
Essa instabilidade afeta diretamente a vida de todos os brasileiros, e por isso é tão grave gastar energia com essas pequenas discussões que não levam a nada.
De maneira prática e objetiva, o governo precisa entregar resultados e propostas na agenda
econômica.
Diante dessa urgência, Bolsonaro e Maia fizeram as pazes.
Ainda não se sabe se de forma definitiva, mas Maia demonstrou que chamou para si a responsabilidade de articular a reforma da Previdência ao se reunir com os ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes na última semana. O governo precisa focar em discussões que realmente são importantes e não se preocupar em fazer fumaça para aquecer as redes sociais. Só assim para fazer o Brasil avançar.
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