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Bar tradicional de samba fecha as portas em SP

Pau Brasil, aberto há 13 anos na Vila Madalena, terá de procurar outro local

Junior Dothcom

Publicado em 10/05/2019 às 01:00

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Em primeiro plano, seu Cláudio e dona Nilce, os donos do bar, em mais uma noite musical / /REPRODUÇÃO FACEBOOK

O Pau Brasil, uma das casas de samba mais importantes de São Paulo, vai promover a sua última roda musical neste sábado depois de 13 anos de existência. O motivo é que o proprietário do imóvel pediu o ponto comercial de volta. Sem saída, os donos do bar da Vila Madalena, na zona oeste da Capital, vão precisar encontrar um outro lugar para apresentar seu repertório que exalta nomes fundamentais da música nacional, como Candeia, Assis Valente, Clementina de Jesus e Noel Rosa.

O casal Nilce e Cláudio, que criou o bar miúdo em 2006, diz que vai tentar reabrir o estabelecimento em outro ponto da região. Até foi criada uma campanha por uma plataforma digital para levantar fundos. A cantora Teresa Cristina e o ex-jogador Júnior, craque da Copa do Mundo de 1982, chegaram a gravar vídeos incentivando os frequentadores a doarem para a casa. "Fiquei muito emocionada com o carinho que essa casa tratava o samba e toda a música brasileira", disse Teresa Cristina pelo vídeo. O valor arrecadado, por ora, não foi suficiente.

Nestes anos, o lugar foi laboratório de sambistas em início de carreira e de nomes mais tarimbados da música nacional. O importante, sempre destacou dona Nilce, era manter o repertório de clássicos do samba intocado. "Aqui nunca houve espaço para qualquer tipo de modismo", costuma dizer.

Nos últimos meses, o Pau Brasil também promoveu um projeto chamado Roda de Saia, em que incentiva que mais mulheres subissem ao palco com pandeiros e cavaquinhos à mão. O projeto reuniu algumas dezenas de mulheres, que passaram a frequentar o bar não só para ouvir, mas também para fazer samba.

De 2006 a 2019, calcula-se que houve mais de 4 mil noites de samba no local, que abria de terça a domingo, e que foram preenchidas cerca de 350 mil comandas para frequentadores.

Um dos orgulhos de dona Nilce é que o valor da entrada subiu pouco nestes 13 anos, menos de um R$ 1 por ano. Começou gratuita em 2006 e agora a entrada custa R$ 12. Neste sábado, porém, vai ser de graça para todo mundo. (Bruno Hoffmann)

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