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18/08/2023 às 11:09 atualizado em 18/08/2023 às 14:45
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Série de investigações impactantes colocam Michelle e Bolsonaro em maus lençóis | UOL Notícias
Na última semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro não deve ter pregado os olhos. Michelle também não, embora seja a única da família circulando pelos corredores do Partido Liberal (PL), com ares de inabalável. É que desde sexta-feira passada (11), quando o braço das investigações sobre a venda ilegal de bens públicos alcançou o general Mauro Lourena Cid, pai do chefe da Ajudância de Ordens, tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, o auto intitulado advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e mais uma série de de envolvidos, uma sucessão de fatos novos coloca Bolsonaro no centro do Powerpoint. O ministro Alexandre de Moraes autorizou a quebra de sigilo telefônico e fiscal de Jair e de Michelle na última quinta. Antes, a Veja já tinha soltado a capa com a manchete "confissão", e a foto de Mauro Cid, remetendo a intenção do tenente-coronel de abrir a boca. E como inteligência não é o forte da turma, em Brasília, espera-se apenas o que dessa quebra sairá!
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Wasséfalo do diabo
Em alusão a um sucesso do cinema dos anos 1990, O Advogado do Diabo, aliados de Bolsonaro, inconformados com a coletiva de imprensa cedida por Frederick Wassef na última terça-feira (15), apelidaram-no seu "Wasséfalo". A admissibilidade da culpa da recompra do Rolex para Bolsonaro tinha, inclusive, o velho conhecido "batom na cueca", mas Wassef ter chamado a imprensa para dizer "fui eu" e "mas não foi a mando de Bolsonaro, nem de Mauro Cid", praticamente jogou a bomba no colo do presidente e de seu ajudante. Quando teve o envolvimento revelado, Wassef chegou a afirmar que nunca tinha visto o relógio.
Promessa de indulto
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Walter Delgatti Neto também foi mais um a colaborar para a insônia de Bolsonaro. Inclusive porque o hacker de Araraquara, velho conhecido da Polícia Federal (PF) pela operação "Vaza a Jato", teve que voltar a prestar depoimento no órgão depois das falas bombásticas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro. A classificação foi da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão. É que Delgatti falou muito mais à CPMI do que a PF e vai precisar, portanto, se explicar. Principalmente sobre a promessa de indulto feita, segundo ele, por Bolsonaro, que não estava no depoimento de quarta-feira (16). O ex-presidente prometia prender o juíz que prendesse o hacker.
'Vamos abrir a roda? Enlarguecer?'
Até um dos amados filhinhos, o 03, deputado Eduardo, deu um soco no estômago do papai com suas falas durante a oitiva de Delgatti na CPMI. É que Dudu colocou todo mundo na mesma roda de novo, até a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que o próprio Bolsonaro e o PL já tinham colocado para fora. Além de absurdas, as falas dele, na arguição ao hacker, diziam de uma intenção do grupo em que o pai, Zambelli e família, Mauro Cid e membros do ministério da Defesa era dar mais uma oportunidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de provar a segurança das urnas eletrônicas. Declaração de admissão. Sem paciência!
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Sob medicação
Zambelli assistiu à reunião da CPMI desta quinta-feira (17) de dentro de um hospital de Brasília. A deputada foi diagnosticada com diverticulite. Mas, de todo, deve ter sido importante acrescentar à medicação dela calmantes, já que as respostas de Delgatti foram tiros à queima-roupa em Zambelli. A assessoria dela continuou manifestando que para a deputada as declarações são falaciosas e que não fará comentários por desconhecer o conteúdo completo das investigações da PF. Já o presidente Bolsonaro já declarou que vai processar o hacker por calúnia.
Leniência ou 'Incúria'
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Para a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria Geral da República (PGR), incúria. E com isso, mais uma vez, colocando, nesta sexta-feira (11), mais atores em maus lençóis: a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) em 8 de janeiro, dia dos ataques golpistas. Alguns já haviam sido presos e tinham sido liberados depois do relatório da intervenção na Segurança Pública em Brasília e outros ainda permaneciam presos. No relatório do inquérito batizado com o vocábulo que quer dizer falta de zelo, a PF apresenta troca de mensagens do grupo de antes e durante os atos e a ação que deliberadamente permitiu o acesso dos vândalos aos prédios-sedes dos Três Poderes.
'Não vamos deixar um vagabundo mandando'
Ainda segundo o relatório, a cúpula sabia dos planos de golpe dos extremistas e não só não fez nada, como colaborou para as invasões, abrindo barreiras, retirando viaturas, de maneira orchestrada. As aspas acima foram encontradas nas trocas de mensagens. A cúpula da PMDF queria o golpe. Alexandre de Moraes já deu sentença para individualizar e culpar todos os envolvidos na operação. O relatório do inquérito é do subprocurador Carlos Frederico Santos. Foram 7 mandados de prisão e 5 de busca e apreensão.
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Abolição violenta do Estado democrático
O governador de Brasília tenta se distanciar da Operação, em agenda, deixou a assessoria falar sobre o fato de que não foi ele, Ibaneis Rocha, quem indicou o atual Comandante da PM, Klepter Rosa, que também está no rol de investigados. Mas, indicou Naime, o comandante da tropa, no dia 8 de janeiro. O coronel Jorge Eduardo Naime está preso desde o início das investigações da PF. E como o cargo, independente da indicação, é de subordinação do governador de estado, fontes verificaram que a operação de hoje da PF não preocupa o ex-secretário de Justiça do DF e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres. Os olhos da PF estão mesmo sobre Ibaneis.
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