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Consórcio planeja complexo subterrâneo no Pacaembu

ESTÁDIO HISTÓRICO. Grupo espera atender regras de proteção ao patrimônio e emissão sonora no bairro

Bruno Hoffmann

Publicado em 19/02/2019 às 01:00

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Consórcio Patrimônio SP ofereceu R$ 111 milhões de outorga à prefeitura pelo estádio, localizado na zona oeste da Capital / /Marivaldo Oliveira/Código19/Folhapress

O consórcio autor da melhor proposta para a concessão do estádio do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, quer construir um centro eventos subterrâneo no complexo esportivo, de modo a preservar as estruturas tombadas pelos órgãos de proteção ao patrimônio e respeitar as regras de emissão sonora impostas pela prefeitura.

O jornal "O Estado de S. Paulo" teve acesso a um desenho de referência da nova estrutura, que ficará no lugar do Tobogã. Para a prefeitura, essa parte do estádio não é tombada e pode ser demolida. A concessão, entretanto, está suspensa pela Justiça, que deve se manifestar sobre o tema nesta semana.

O consórcio Patrimônio SP, da construtora Progen e do fundo de investimentos Savona, ofereceu R$ 111 milhões de outorga à prefeitura pelo estádio e promete investir mais R$ 400 milhões no complexo. Parte será aplicado na manutenção das atuais estruturas, e parte no novo centro subterrâneo.

Acima do solo, o plano é construir um prédio de três andares, suspensos em um vão livre, que ficará no mesmo nível das demais arquibancadas. No subsolo, haverá um prédio com cinco lances de escada. O centro dessa caixa subterrânea terá um andar com pé direito tal que seja possível, por exemplo, receber partidas de vôlei.

O complexo, visto de fora, terá um desenho parecido com o que a própria prefeitura apresentou no edital de licitação. A documentação tinha um termo de referência, aprovado pelos órgãos de preservação do patrimônio público estadual e municipal, que consistia em uma "caixa" suspensa nos fundos do estádio e um vão livre na altura do campo.

A estrutura enterrada atende, na avaliação do grupo, duas das mais importantes restrições do edital de licitação: visto de fora do estádio, o novo prédio não ficará mais alto do que as estruturas tombadas, de acordo com o tombamento e o zoneamento do bairro. E, com eventos subterrâneos, não haveria problemas com a emissão de ruídos

Uma decisão judicial liminar, da qual a prefeitura já recorreu, proíbe a realização de shows no estádio. O edital de licitação fala apenas em respeito a normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) quanto a barulhos.

A ideia é vista com ressalvas pela Associação Viva Pacaembu. A entidade é autora de ações judiciais contra a concessão do estádio, inclusive as atuais que mantêm o processo suspenso. A associação também tem um entendimento diferente do quanto à demolição do Tobogã. "O Tobogã faz parte do tombamento e não pode ser demolido", diz Rodrigo Mauro, presidente da Viva Pacaembu. (AE)

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