Contratações formais caem cerca de 16% no mês de março na região

O número de contratações formais nas cidades de Taboão da Serra, Embu das Artes e Itapecerica da Serra registrou uma queda de cerca de 16% no mês de março, se comparado com fevereiro deste ano. Somando as admissões dos três municípios da região sudoeste da Grande São Paulo, em fevereiro foram gerados 5.471 empregos com carteira assinada, já em março o número caiu para 4.597. Os dados foram levantados pela reportagem da Gazeta através do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e podem ser acessados pelo site pdet.mte.gov.br.

Segundo o levantamento, a cidade que mais registrou vagas de emprego em fevereiro deste ano foi o município de Taboão da Serra. Foram 3.180 admitidos e 2.317 demitidos no mês. Em segundo lugar, vem a cidade de Embu das Artes, com 1.446 admitidos e 1.360 demitidos em fevereiro. A cidade de Itapecerica da Serra registrou 845 admissões e 676 demissões nos 28 dias de fevereiro.

"Estou há cerca de seis meses desempregado e estou procurando em todas as plataformas, seja indo pessoalmente nos lugares ou pela internet. É uma situação muito desagradável", disse o morador de Taboão da Serra Arnaldo Pereira, de 51 anos. Arnaldo busca uma oportunidade na área de pintor
industrial.

Ainda de acordo com os dados do Caged, no mês de março, o município de Taboão da Serra seguiu liderando o ranking de admissões na região. Foram 2.508 vagas de empregos formais e 2.806 demissões. O município de Embu das Artes registrou 1.371 admissões e 1.239 demissões. Já Itapecerica da Serra admitiu 718 trabalhadores e registrou 888 demissões.

"Não tem sido fácil. Meu marido está sustentando a casa sozinho há mais de um ano. Procuro uma oportunidade na área de limpeza", disse Elisabete dos Santos, de 57 anos, que mora há dez anos no Jardim Mituzi, também em Taboão da Serra.

A queda nas admissões nos três municípios contribuíram para um aumento na taxa do desemprego em toda a região metropolitana de São Paulo. De acordo com um levantamento recente da Fundação Seade, a taxa de desempregados aumentou de 15,5% em fevereiro para 16,1% em março deste ano.

"A Prefeitura de Embu das Artes tem se esforçado para oferecer oportunidades de emprego para toda a população. Uma das medidas foi a criação da Fábrica de Empregos, que amplia o trabalho que antes era oferecido pelo PAT (Programa de Atendimento ao Trabalhador). Na fábrica, além das vagas, temos um trabalho de qualificação dos profissionais antes de encaminhar para as entrevistas. Os nossos números avançaram, porém vivemos um cenário nacional que está bem complicado", disse o secretário de Emprego e Renda de Embu das Artes, Jones
Donizette.

A pesquisa da Seade também apontou que o contingente de desempregados foi estimado em 1.722 mil pessoas em março, cerca de 61 mil a mais do que em
fevereiro.

"Em Itapecerica da Serra os números não oscilaram tanto de fevereiro para março, o que dificulta a contratação é a exigência de experiência. Quando temos vagas que não exigem cerca de seis meses de experiência, é mais fácil conseguirmos preencher as vagas com o nosso cadastro. Nos esforçamos para prospectar novas empresas, qualificar esses profissionais e assim oferecer as vagas. Tivemos recentemente a inauguração da Magazine Luiza e só ela contratou cerca de 50 funcionários aqui de Itapecerica, temos nos esforçado constantemente", disse a diretora do Programa de Atendimento ao Trabalhador (PAT) de Itapecerica da Serra, Luciana Moraes.

Além de tentar captar novas empresas para os municípios e assim aumentar o número de oportunidades, as prefeituras tentam inovar na qualificação dos desempregados e na estrutura das secretarias. "Modernizamos o sistema para a captação de vagas e informatizamos a carteira de empresas, então isso dá uma agilidade no processo. Realmente tivemos uma redução no número de vagas analisando de fevereiro para março, porém isso é um reflexo da crise nacional", ressalta a secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda de Taboão da Serra, Laura Neves.

Ainda de acordo com Laura Neves, o desafio agora é tentar driblar a crise e conseguir gerar empregos. "Continuamos trabalhando firme na capacitação e na parceria com as empresas, para que assim possamos sempre oferecer o melhor, tanto que somos destaque em toda a região. Estamos muito além de outros municípios e até de consultorias particulares. O momento exige criatividade", finalizou.
(Matheus Herbert)