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As escolas da rede estadual paulista vão ter um novo calendário a partir do ano que vem. Entre as mudanças anunciadas pelo governador João Doria (PSDB) estão o encurtamento das férias de julho e duas novas semanas de recesso.
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Hoje as férias de julho duram o mês todo, mas a partir de 2020 serão somente 15 dias. O calendário vai incluir outras duas semanas sem aulas, uma em abril e outra em outubro (a tradicional semana do "saco cheio"), sempre ao final do bimestre letivo. Somente as férias de janeiro estão mantidas.
A justificativa do governo é que se evite perdas de aprendizagem durante longos períodos sem aulas, mas professores e especialistas contestam as mudanças.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) repudiou a decisão e apontou que a melhoria do ensino público depende de outros fatores.
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A Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, estabeleceu um ano acadêmico com, no mínimo, 200 dias letivos e 800 horas de aula por ano, e de acordo com a Secretaria Estadual de Educação, a medida não era cumprida, já que além das férias, havia as emendas de feriado e outras datas onde os alunos ficavam sem aula.
Outro ponto criticado por especialistas é que com quatro recessos por ano, os pais terão que se programar para ter alguém para ficar com as crianças enquanto trabalham, já que são raros os trabalhadores que conseguem fatiar as férias.
Assim, esse tipo de mudança impactaria mais drasticamente as famílias de baixa renda.
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A Apeoesp defende que a mudança deveria ter sido amplamente discutida com os municípios, professores, pais e alunos, o que não ocorreu. Há outras questões mais urgentes que influenciam diretamente o aprendizado, como a infraestrutura das escolas, o salário pago aos profissionais e outros investimentos na educação.
Quem estudou ou estuda em escola estadual em São Paulo sabe que há unidades sucateadas, prédios que são passam por reforma há anos, além de outros problemas como falta de energia elétrica, água, professores, material escolar e equipes de limpeza. Sem contar unidades que são alvo de vandalismo e furto constantes. Ter professores qualificados e estimulados, uma infraestrutura digna e investimento do poder público influencia muito mais no aprendizado do que ter mais ou menos períodos de férias escolares.
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