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Negociando com o inimigo

Governo brasileiro vem negociando acordo ambiental com os EUA; é preciso estar atento para as consequências da negociação até para a democracia

Bruno Hoffmann

12/04/2021 às 17:51  atualizado em 12/04/2021 às 17:52

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Nilto Tatto é deputado federal pelo PT por São Paulo

Nilto Tatto é deputado federal pelo PT por São Paulo | Divulgação/Câmara dos Deputados

Longe dos holofotes, o governo brasileiro vem negociando há pouco mais de um mês um acordo ambiental com os Estados Unidos, supostamente com o objetivo de preservar a Amazônia. As tratativas acenderam um sinal de alerta entre cientistas, ambientalistas, parlamentares e organizações da sociedade civil, preocupados com as consequências do acordo para o próprio meio ambiente, para os direitos humanos e para a democracia.

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Representantes de 199 entidades escreveram uma carta endereçada ao presidente estadunidense, Joe Biden, alertando que no Brasil, tais negociações acontecem longe dos olhos e do controle da sociedade. Caso o presidente norte americano venha a referendar o documento, estaria cooperando com um governo que promove a destruição da floresta Amazônica e de outros biomas, ataca os direitos humanos, dos povos tradicionais e a democracia, transformando o próprio País em um berçário de variantes do Coronavírus, alertam os signatários.

Especula-se que o referido acordo venha a ser apresentado durante a Cúpula de Líderes Climáticos, nos dias 22 e 23 de Abril. Joe Biden teria anunciado a mobilização de 20 bilhões de dólares, de fontes públicas e privadas, destinados aos Países da bacia Amazônica, para que protejam e recuperem a floresta. Uma das grandes preocupações das entidades é que um projeto dessa magnitude deveria estar sendo construído a partir do diálogo com a academia, governos locais, a sociedade civil e especialmente os povos tradicionais que habitam e cuidam das florestas.

Ao invés disso, as tratativas estão sendo levadas à cabo pela equipe do enviado especial sobre Clima dos Estados Unidos, John Kerry e o pior inimigo das florestas brasileiras, Ricardo Salles, que paradoxalmente ocupa o cargo de ministro do meio ambiente. É preciso lembrar que foi Salles quem desmontou o sistema ambiental, o IBAMA, o ICMBio e até o Fundo Amazônia, abrindo mão de recursos fundamentais para a manutenção das florestas. É o ministro que abriu a porteira para as queimadas, defendeu garimpeiros, madeireiras ilegais e a mineração em terra indígena.

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