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Memórias de Porto Feliz

Nossos Últimos Moradores Indígenas!

Os primeiros registros de povoamento deste local datam do ano de 1693

Leonardo Sandre

12/05/2023 às 15:53  atualizado em 12/05/2023 às 15:58

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| Reprodução/Facebook

O quadro que ilustra esta postagem nos mostra como seria uma Aldeia Indígena no ano de 1693, quando se iniciou o povoamento que deu origem à cidade de Porto Feliz. A história registra que a Freguesia de Nossa Senhora da Penha de Araritaguaba surgiu em 1721 ao redor de uma Capela erigida em louvor à Virgem Maria, em terras da sesmaria concedida pelo Rei de Portugal aos pioneiros Antônio Aranha Sardinha e Antônio Cardoso Pimentel.

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Os compêndios históricos narram, todavia, que os primeiros registros de povoamento deste local datam do ano de 1693, época em que os índios Guaianás, também conhecidos como Guaianases, habitavam estas terras e toda a região entre a Capitania de São Paulo de Piratininga e o Uruguai. Esses índios eram descritos como agricultores sedentários, embora a caça e a pesca também fossem parte de seus hábitos. Todavia e por conta das constantes modificações advindas dos contatos com o homem branco e com outros grupos, por deslocamentos forçados, os índios foram perdendo suas atividades na agricultura, fazendo da caça e da pesca os meios mais importantes para a sua sobrevivência.

Pesquisando valiosos escritos da FUNAI – Fundação Nacional dos Povos Indígenas, órgão indigenista oficial do Estado Brasileiro, encontrei anotações pertinentes aos Contratos de Trabalho e os Índios da Província de São Paulo no ano de 1853, pelas quais constatei que nesse ano 04 (quatro) índios, todos adultos, ainda viviam na então Vila de Porto Feliz. Um desses indígenas tinha a idade aproximada de 26 (vinte e seis) a 30 (trinta) anos, era lavrador e vivia de forma independente graças ao seu trabalho na lavoura. Outro índio, já ostentando mais de 40 (quarenta) anos de idade, ocupava-se de domar animais, atividade que lhe rendia o suficiente para manter sua própria subsistência. Os dois indígenas restantes eram do sexo feminino. Uma delas com idade superior a 60 (sessenta) anos, vivia “sobre si”, expressão que era utilizada naqueles velhos tempos para definir uma pessoa independente que custeava as suas próprias despesas. A outra índia, já octogenária, também provia sua subsistência pela força do seu trabalho. Não obstante sejam desconhecidas a natureza do trabalho dessas duas índias, pode-se afirmar de acordo com o depoimento do Juiz Municipal e de Órfãos da Vila de Porto Feliz, que nenhum desses quatro índios estava subordinado a qualquer contrato de trabalho.

Todos eles viviam de suas atividades independentes que lhes garantiam o provimento das suas necessidades essenciais. Consta dos apontamentos da FUNAI, que nenhum desses índios tinha vigilância especial por conta das Escoltas Armadas da Vila de Porto Feliz, com a finalidade de protegê-los ou de impedir-lhes a fuga. Esses indígenas Guaianases permaneceram nas terras da então Vila de Porto Feliz, por livre e espontânea vontade, vivendo em comunhão com a natureza e provendo a vida pela força do seu próprio trabalho.

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É possível que alguns desses índios, que residiam na Vila de Porto Feliz no ano de 1853, tenham assistido ou até participado da solenidade de sua elevação à categoria de cidade, fato histórico ocorrido no dia 16 de abril de 1858! Salve Terra das Monções / Tua gente varonil / Honrará tuas tradições / E a grandeza do Brasil! (Pintura do artista plástico Militão dos Santos).

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