O sarampo está de volta

Osarampo, que era considerado extinto no Brasil, está de volta. A doença voltou pelo Norte. A porta de entrada foram os estados de Amazonas e Roraima, que registraram os primeiros surtos da doença no ano passado. Por causas destes casos que começaram lá, o Brasil perdeu o certificado de eliminação da doença concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) após registrar mais de 10 mil casos em 2018.

Este ano a doença chegou ao Sudeste. Somente no estado de São Paulo houve um aumento de 303% nos casos da doença em apenas um mês. Dos 206 casos no Estado, 137 foram na capital paulista.

O aumento pode ser consequência da baixa adesão às campanhas de vacinação. Na Capital, por exemplo, apenas 1,6% do público-alvo, que são jovens na faixa dos 15 a 29 anos, mais suscetível a não ter tomado a segunda dose da vacina, foram vacinados contra o sarampo até o último dia 1º. Diante do resultado pífio, a Prefeitura de São Paulo decidiu prorrogar a campanha até o dia 18 de agosto.

Com o objetivo de imunizar 900 mil jovens, a Secretaria Estadual de Saúde estendeu, na última semana, a vacinação para mais cinco cidades: Guarulhos, Osasco, São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul, todas na região metropolitana de São Paulo.

A ideia é conter o avanço do sarampo, mas para que isso aconteça é necessário ter uma divulgação mais ampla por parte do poder público.

A falha na divulgação pode ser constatada pelo fato de que, até na maior metrópole do Brasil, a campanha está sendo tímida e muitas pessoas ainda não sabem que é preciso se vacinar. Não é à toa que apenas 47 mil, dos 2,9 milhões de habitantes, que fazem parte do público-alvo, procuraram os postos.

O sarampo se espalha pelo ar. A pessoa infectada libera o vírus quando fala, tosse ou espirra, e ele entra pela respiração de quem está perto. Estamos no inverno, época mais propicia do ano para se contaminar com doenças infecciosas.

Reverter este surto do sarampo é urgente e a vacinação é a única maneira de se prevenir. Mas para que a população se vacine, ela precisa estar sabendo com clareza sobre as campanhas de
imunização.