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Marina Silva, Lula e Simone Tebet | Ricardo Stuckert
Se eu fosse Chico Buarque seria capaz de compor uma música com esse título. Como não sou ele, tampouco tenho o talento dos músicos e, por fim, não acho que o tema mereça música. Estou procurando pela a ex-senadora, candidata à Presidência da República nas eleições deste ano. Procuro também por Marina Silva, ex-senadora, deputada federal eleita, ex-Ministra do Meio Ambiente do governo Lula 1 e que também foi candidata a Presidente da República em 2014, - ambas ficaram em 3º lugar na corrida presidencial em seus respectivos anos, ou seja, foram bem votadas.
Simone e Marina têm trajetórias de vida pessoal e profissional incríveis e foram corajosas por se colocarem como alternativas ao povo brasileiro como candidatas à Presidência da República. Antes mesmo de concorrerem ao pleito, já estavam atuando na política. É sempre bom lembrar que o ambiente político brasileiro é, no mínimo, inóspito para as mulheres que são invariavelmente desprezadas, interrompidas, relegadas e, muitas vezes, humilhadas pelo dominante e reinante machismo do homem branco e hétero. Simone e Marina são mulheres fortes, competentes.
Marina, que iniciou sua carreira no PT, sofreu nas mãos dos ex-colegas petistas, durante a campanha à presidência. Foi vítima da gênesis do que hoje conhecemos como gabinete do ódio, mas, mesmo assim, foi altruísta e por um bem maior deixou para trás as rusgas e abraçou a campanha de Lula no 2º turno do pleito deste ano.
Simone Tebet, da mesma forma, deixou o antagonismo presente durante o 1º turno das eleições e sem o apoio de seu partido, o MDB, foi uma peça fundamental para a eleição de Lula. Viajou com ele pelos locais onde foi mais votada e pediu aos seus eleitores que votassem no petista. Ela também foi essencial para que Lula ganhasse de Jair Bolsonaro. É difícil dizer se, sem o apoio de ambas as mulheres, ele teria vencido o pleito. Afinal, vale lembrar que a diferença entre os candidatos foi de pouco mais de 2 milhões de votos.
Simone Tebet e Marina Silva trabalharam com afinco para que o candidato do PT saísse vencedor, quando ele encarou o oponente Jair Bolsonaro. Ambas já mostraram que querem contribuir para um Brasil melhor para todos os brasileiros e têm muito a oferecer ao presidente eleito e seu governo.
E eu me pergunto: onde estão Simone e Marina na composição do governo de Lula? Os principais Ministérios, até o dia em que escrevo este artigo, já estavam ocupados e elas ainda estão sem nada. Espero que, quando este texto for publicado, a batalha tenha sido vencida por elas. No momento, Lula está cooptado por seu partido, que continua fisiológico e corporativista, e por que não dizer egoísta. Foi bom dar as mãos à Marina e Simone durante a campanha, mas agora, na hora da festa, elas ficam do lado de fora da celebração. Triste demais.
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