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Quem abriu a tampa do esgoto?

Junior Dothcom

Publicado em 26/03/2019 às 01:00

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Nilton Tatto COLABORADOR / /Divulgação

Um estudo publicado pelo jornal da Associação Médica Americana (Journal of American Medical Association) mostra que o Brasil tem uma das maiores taxas percentuais de mortes por armas de fogo no mundo, ao lado de países como El Salvador, Estados Unidos, México, Colômbia, Venezuela e Guatemala.

Em números absolutos, no entanto, nenhum país mata mais do que o Brasil - são 61.619 mortes por ano, ou seja, 7 pessoas assassinadas por hora. Isso significa que 1 em cada dez homicídios cometidos no mundo acontece em solo brasileiro. Os números são conhecidos, já que foram publicados no Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Assusta ainda mais, que num cenário como este, ao invés de tentar promover a paz, parte da população e de nossos representantes passou a incentivar ainda mais a violência e o ódio.

Como entender este triste retrato do nosso País? Quando foi que nos tornamos tão violentos a ponto de aceitar e defender mortes, passando a propagar e incentivar o ódio e a violência por armas de fogo? Responder a estas perguntas não é tarefa fácil e passa necessariamente por entender que mortes por armas de fogo podem ser evitadas.

Não é só no submundo da internet (a chamada deep web) que mora o perigo. A polarização nas redes sociais escancarou o discurso de ódio fermentado durante décadas pelos programas policialescos exibidos nas tardes de praticamente todas emissoras da televisão aberta. Hoje neofascistas, racistas, machistas e homofóbicos se sentem confortáveis para destilar publicamente seu ódio, registrando em suas páginas e perfis na internet inclusive ameaças de morte.

Precisamos desconstruir estes discursos e resgatar os valores de igualdade e justiça social. A situação é demasiado delicada para que um chefe de Estado faça troça simulando uma arma com as mãos nas redes sociais, como se fosse um brinquedo, ou pior, apresente um projeto de lei que amplia o acesso às armas de fogo no País.

Enfrentar questões como esta exige responsabilidade, algo que infelizmente falta ao atual governo.

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