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Racismo ambiental

Famílias da Estação Ecológica Juréia Itatins tiveram suas casas derrubadas por não se submeterem à cooptações dos órgãos ambientais ligados ao governo do Estado

Bruno Hoffmann

06/04/2021 às 10:09  atualizado em 06/04/2021 às 10:10

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Nilto Tatto é deputado federal pelo PT por São Paulo

Nilto Tatto é deputado federal pelo PT por São Paulo | Divulgação/Câmara dos Deputados

Os povos tradicionais são notadamente os maiores protetores da sociobiodiversidade brasileira, como aponta o relatório Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e a Governança Florestal, da FAO - Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas. Boa parte destas populações depende de recursos naturais e por isso é capaz de perceber as alterações no clima, na produtividade agrícola e até na diminuição de espécies de plantas e animais em determinado ambiente.

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Apesar do papel fundamental na manutenção de ecossistemas, estes povos são vítimas de todo tipo de preconceito, inclusive por falsos ambientalistas, que paradoxalmente os consideram uma ameaça. É o que vem acontecendo há décadas na Estação Ecológica Juréia Itatins, onde famílias residentes antes da criação da reserva tiveram suas casas derrubadas, por não se submeter à cooptações dos órgãos ambientais ligados ao governo do Estado.

Recentemente a Fundação Florestal divulgou um documento criminalizando moradores do Território Tradicional Caiçara do Rio Verde e Grajaúna, dizendo-se preocupada com a ocupação humana dentro das unidades de Conservação de Proteção Integral. As organizações de defesa dos moradores da Juréia, por sua vez, alegam que não foi emplacada a recategorização de todas as áreas em que viviam as comunidades caiçaras, conforme previsto no Mosaico de Unidades de Conservação Juréia Itatins, ainda que a permanência destas comunidades e seu modo de vida tenham sido assegurados no próprio documento.

Chama atenção o fato de que os territórios dos quais estamos falando, tradicionalmente ocupados por famílias caiçaras, nunca foram degradados como os latifúndios, ou outras áreas cuja proteção o Estado negligenciou em detrimento de interesses privados. A Secretaria do Verde e Meio Ambiente, através da Fundação Florestal, tenta usar do preconceito de que estas comunidades são incapazes de cuidar do seu território para estabelecer novos rumos na gestão de áreas de conservação. Esse racismo ambiental tem que acabar, já que quem melhor cuida destes territórios são as comunidades tradicionais que neles habitam. 

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