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Quem poderia imaginar que a voz da coerência política do País seria uma personalidade da TV, que estrelou filmes adultos. Esta semana, o deputado Alexandre Frota foi expulso do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e anunciou sua filiação ao PSDB, partido do governador paulista João Doria.
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Fenômeno nas redes sociais, Frota tinha mais de 1 milhão de seguidores. Ele excluiu seu perfil no último dia 10 alegando que "cansou". O deputado nos últimos dias vinha criticando publicamente o governo e se declarou decepcionado com a falta de articulação do presidente com os
parlamentares.
Na reforma da Previdência, o deputado foi um dos principais responsáveis pela articulação da votação no primeiro turno, mas no segundo turno, contrariando o partido, ele se absteve na análise da proposta.
Por várias vezes, o deputado também se mostrou contrário à nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Assim, o parlamentar, que foi eleito com 155 mil votos - o 16º candidato mais bem votado no Estado de São Paulo -, foi perdendo prestigio e espaço no PSL. Foi retirado da vice-liderança do partido na Câmara e do comando de três diretórios municipais. De apoiador inveterado, Frota virou algoz.
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Na sua primeira entrevista após a expulsão do partido, Frota falou que Bolsonaro é infantil e que não está preparado para o cargo que foi eleito. "Eu acreditava assim como milhões de brasileiros que ele realmente pudesse fazer a diferença, mas não foi isso que encontrei lá. Ele acredita nas verdades criadas, nas próprias fantasias dele".
O presidente já provou diversas vezes que não admite ser criticado. Quem o critica é exonerado, afastado e tem a reputação colocada em xeque. Sobre Frota, o presidente disse: "Sem nem quem é esse".
Frota entra para o hall de expulsos do governo junto com o ex- diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, exonerado após Bolsonaro não concordar com dados sobre o desmatamento da Amazônia, e se juntam a eles os três secretários de imprensa que já foram demitidos da Presidência.
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Que o presidente tinha dificuldades em dialogar com a oposição já era sabido; a surpresa agora é a sua inabilidade até com seus apoiadores. Pelo dicionário, política é "arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados". Se o presidente não consegue administrar críticas e articular seus deputados, basicamente não vai ser artista da política nem da velha, nem da nova.
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