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Opinião

A despedida de uma era

30/11/2019 às 01:00

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Um pilar da cultura popular brasileira se foi com a morte do apresentador Gugu Liberato. Por mais que alguns possam torcer o nariz para a afirmação, Gugu e suas criações entraram no imaginário nacional de forma mais intensa e perene do que escritores respeitados em círculos acadêmicos. O paulistano tornou-se sinônimo de televisão popular. Não é pouca coisa.

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Não há muitos outros personagens na história do País que também tiveram papel parecido, como Flávio Cavalcanti, Chacrinha, Silvio Santos, Hebe Camargo, Ana Maria Braga, Carlos Alberto de Nóbrega, Grande Otelo, Fausto Fanti, Chico Anysio, Xuxa, Fausto Silva. Todos são celebridades que usaram a televisão para entregar o que o povo queria, por meio de talento, carisma e sensibilidade. Entender o Brasil e os brasileiros é o sonho de muitos e a realidade de pouquíssimos. Gugu foi um deles.

O apresentador nascido em São Paulo em 10 de abril de 1959 criou quadros inesquecíveis: Gugu na minha Casa, Táxi do Gugu, De Volta pra minha Terra e a já folclórica Banheira do Gugu, fazendo da então desconhecida Luiza Ambiel um nome conhecido de norte a sul. Deu uma nova vida à música sertaneja em um tempo em que a Rede Globo não dava grande espaço ao gênero. Sua voz contagiante apresentou ao Brasil nomes que se tornaram tão populares quanto ele. Também deu suas apeladas - algumas graves. E quem não apelava no domingo à tarde pela TV na década de 1990?

As milhares de pessoas que foram se despedir do ídolo na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na zona sul da cidade, criaram uma cena comovente na capital paulista. Lembrou outros velórios históricos, como o de Carmen Miranda, em 1955, de Clara Nunes, em 1983, de Ayrton Senna, em 1994, e o do cantor Leandro, em 1998. O povo parecia dar o último adeus a um amigo. Uma das definições mais felizes sobre o velório de Gugu Liberato foi a do também apresentador Marcon Mion: "Ir embora e deixar um país triste, de luto, é para poucos".

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A despedida também foi mais uma etapa da extinção da figura de ídolos como conhecíamos. As redes sociais ajudaram a pulverizar audiências e a criar nichos. Dificilmente alguém será tão relevante para tanta gente de novo no entretenimento nacional como Gugu. Não à toa se percebe uma retomada de projetos saudosos aos anos 1990, de Raça Negra a Spice Girls, de É o Tchan a Rouge.

Todos teriam lugar no Domingo Legal.

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