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Opinião

A arte de desagradar a todos

17/04/2021 às 01:00

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Quem reclama que não pode trabalhar por causa das restrições determinadas pelo Governo de São Paulo está certo, é algo justo. Quem se queixa que o governo não impõe lockdowns de fato para conter o avanço da doença, fechando totalmente as atividades comerciais para poder reabria-las com segurança um pouco mais tarde, também tem razão. E quem deveria equilibrar as necessidades econômicas, sociais e de saúde durante esta pandemia no estado de São Paulo - além, é claro, do presidente Jair Bolsonaro - é o governador João Doria (PSDB). O tucano, porém, parece vacilar em diversos momentos, tomando atitudes que desagradam a todos e pouco resolve a o problema. Boa parte de suas decisões parece estar envolta em marketing pessoal.

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Agora, ele acaba de anunciar a "fase de transição", um eufemismo para abertura maior das atividades no Estado, em um momento de recorde de mortes pelo novo coronavírus. Era a hora de tomar essa decisão, ou foi uma atitude adotada apenas pela pressão de setores econômicos e para evitar mais desgaste à sua imagem? As perguntas ficam, e o passado recente de Doria pode trazer as respostas.

Por exemplo, se em janeiro passado, quando os casos começaram a sair do controle, São Paulo tivesse adotado um lockdown verdadeiro, poderíamos viver menos pressão sobre os leitos hospitalares neste momento. Mas Doria não teve a coragem de tomar a atitude, o que fez os casos dispararem até quase colapsar o sistema de saúde. Por culpa dele também, SP viveu o março mais triste da sua história.

Doria adotou uma série de atitudes vacilantes em meses anteriores. A Gazeta entrevistou Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, quando o Brasil chegou a 100 mil mortes pela doença, em agosto do ano passado. O especialista criticou Bolsonaro, mas disse que boa parte da crise vivida em São Paulo era também responsabilidade do governador. "Não existe nos anais da ciência e da medicina uma quarentena heterogênea. Ou é quarentena ou não é", explicou o professor. E Doria seguiu (e segue) apostando no modelo.

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Há algumas críticas injustas contra a condução da crise sanitária pelo governador, mas boa parte está com toda a razão. Doria conseguiu desagradar a quase todos. Para quem sonhava em liderar a crise para chegar ao Palácio do Planalto em 2022 pode sequer garantir o lugar para ficar mais quatro anos no Palácio dos Bandeirantes.

O tempo irá cobrar o negacionismo, mas também o marketing desmedido.

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