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Polícia

Condenado por furto de carne, secretário da Segurança na Grande SP mantém cargo

Justiça determinou a perda dos cargos públicos de dois envolvidos, mas ambos exercem a função em Ribeirão Pires, enquanto o caso é analisado no STJ

Hebert Dabanovich

17/04/2025 às 10:40

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Decisão, em segunda instância, é referente a um furto ocorrido em 2018

Decisão, em segunda instância, é referente a um furto ocorrido em 2018 | Reprodução

O secretário de Segurança Pública de Ribeirão Pires, Sandro Torres Amante, foi condenado a 2 anos e 11 meses de prisão pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A informação foi inicialmente publicada pelo portal g1. 

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A decisão, em segunda instância, é referente a um furto ocorrido em 2018, quando ele era subcomandante da Guarda Civil Municipal (GCM) da cidade.

Além de Sandro, Gutembergue Martins Silva, que era inspetor-chefe da GCM na época, e Marcelo Cruz Dallavali, que atuava como ajudante-geral, foram condenados pelo mesmo crime.

A Justiça determinou a perda dos cargos públicos de Sandro e Gutembergue, mas ambos continuam nos cargos enquanto o caso é analisado no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Segundo o Ministério Público, os furtos aconteceram na madrugada do dia 18 de junho de 2018. Dois açougues no centro da cidade, a cerca de 300 metros um do outro, foram invadidos em sequência. Foram levados cerca de 60 kg de carne e R$ 28 mil em dinheiro.

Do açougue Izzo, os autores levaram 15 kg de picanha, 10 kg de contrafilé black, 12 kg de alcatra, R$ 8 mil em dinheiro e um cofre. No açougue Parati, o grupo furtou 20 kg de carne bovina, R$ 20 mil em espécie, cheques, câmeras de vigilância, roteadores e o DVD do sistema de monitoramento.

As investigações indicam que o crime foi planejado. Gutembergue teria redirecionado câmeras de segurança da prefeitura para não captar imagens dos locais do furto.

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No mesmo período, uma falsa denúncia foi registrada para afastar equipes da GCM e da Polícia Militar do centro da cidade.

Imagens de câmeras de segurança mostraram Sandro, Gutembergue e Marcelo dividindo os produtos furtados.

Os registros identificaram três veículos usados na ação: um Peugeot vermelho dirigido por Gutembergue, um Fiat 500 branco dirigido por Marcelo e um Hyundai i30 preto dirigido por Sandro.

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O que mostram as imagens

As imagens mostram o Peugeot estacionado próximo aos açougues. Logo depois, o Fiat 500 se aproxima e estaciona à frente. 

Os envolvidos aparecem transferindo as mercadorias entre os carros. Em seguida, os três veículos deixam o local.

Três pessoas ainda não identificadas aparecem em um Fiat Siena e seguem os suspeitos até São Paulo, segundo o sistema de monitoramento Detecta.

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No dia seguinte aos furtos, Gutembergue passou horas na sala de monitoramento da GCM e, segundo o processo, teria tentado apagar as imagens da noite do crime.

Inicialmente, seis pessoas foram denunciadas pelos crimes de furto e formação de milícia privada. Em outubro de 2023, a 1ª Vara de Ribeirão Pires condenou somente Gutembergue, absolvendo os demais.

O Ministério Público recorreu e a Procuradoria-Geral de Justiça conseguiu reverter parte da decisão.

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Em janeiro de 2024, a 5ª Câmara de Direito Criminal do TJ reconheceu as provas contra Sandro e Marcelo, como imagens, depoimentos de testemunhas e boletins de ocorrência.

Mesmo com o processo em andamento, Sandro foi nomeado secretário de Segurança Urbana, Mobilidade e Defesa Civil em dezembro de 2023. A Procuradoria considerou preocupante o fato de um condenado por furto ocupar o cargo.

Segundo a decisão do TJ, Sandro e Gutembergue devem perder os cargos públicos após o fim do processo, caso a decisão seja mantida.

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Em entrevista ao portal g1, nesta quarta-feira (16/4), Sandro informou ser inocente, sendo absolvido em primeira instância, e que não há nenhum tipo de evidência da venda da segurança privada na cidade.

Possível Milícia, diz MP

Além dos furtos, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público investiga a atuação dos acusados em uma suposta milícia privada.

A suspeita é de que integrantes da GCM prestavam serviços de segurança privada junto a empresas legalizadas para obter pagamentos de comerciantes, usando a estrutura da guarda para favorecer os próprios interesses.

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Testemunhas relataram que os serviços oferecidos tinham como objetivo evitar que os estabelecimentos fossem alvos dos próprios crimes cometidos pelos acusados.

O Ministério Público também indicou possíveis ligações de Sandro com outros delitos, como o recebimento de propina de traficantes, mas a Justiça não aceitou essas denúncias por enquanto.

Duas pessoas ouvidas pela reportagem do g1, que conhecem o funcionamento da GCM, relataram, sob anonimato, situações em que guardas teriam extorquido comerciantes e atuado junto ao tráfico de drogas.

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Segundo uma delas, havia casos em que uma viatura da ROMU, grupo especial da Guarda, recebia dinheiro do tráfico, liberava suspeitos e cobrava para prestar serviços de monitoramento.

A mesma pessoa afirmou que agentes da guarda são designados para trabalhar sozinhos em locais considerados perigosos.

Posição da Prefeitura

Em nota enviada à TV Globo, a Prefeitura de Ribeirão Pires informou que não foi notificada sobre a condenação em segunda instância. Confira:

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“Em atendimento à solicitação da TV Globo, a Prefeitura de Ribeirão Pires informa que não foi notificada pela Justiça sobre eventual condenação, em segunda instância, em processo movido contra Sandro Torres, Secretário de Segurança do município.

Sandro Torres é Guarda Civil Municipal de carreira na Prefeitura de Ribeirão Pires há 30 anos. Atuou como inspetor de policiamento padrão, chefiou a Romu (equipe ostensiva) e foi comandante da corporação.

Em relação ao GCM Gutembergue Martins Silva, a Prefeitura esclarece que houve ordem judicial para afastamento das funções na Guarda Civil Municipal, sem prejuízo de vencimentos e sem, até o presente momento, determinação contrária.

A Prefeitura de Ribeirão Pires permanece à disposição para prestar informações e eventuais esclarecimentos.”

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