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Esquema de R$ 4,5 bi usava dinheiro de postos e motéis para comprar Lamborghinis e iates

Operação cumpre 25 mandados na Capital, na Grande São Paulo, na Baixada Santista e no Vale do Paraíba

Monise Souza

25/09/2025 às 10:31  atualizado em 25/09/2025 às 10:36

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Operação mobilizou mais de 110 policiais militares do Comando de Choque

Operação mobilizou mais de 110 policiais militares do Comando de Choque | Divulgação/PMESP

O Ministério Público de São Paulo (MPSP), a Receita Federal (RF) e a Polícia Militar (PM) deflagraram nesta quinta-feira (25/9) a Operação Spare para desarticular uma organização criminosa que movimentou R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, por meio de postos de combustíveis adulterados e motéis registrados em nome de laranjas.

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O grupo desviava dinheiro para uma fintech usada na lavagem dos recursos. Os valores foram investidos na compra de Lamborghinis, iates, helicópteros e imóveis de alto valor em São Paulo e região.

Durante a operação, são cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco.

O caso é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que desarticulou um esquema semelhante no setor de combustíveis com participação do Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Operação Spare

O esquema envolvia movimentações em espécie, uso de maquininhas eletrônicas vinculadas a fintechs e o reinvestimento dos valores em imóveis, negócios e outros ativos, muitas vezes por meio de Sociedades em Conta de Participação (SCPs).

Segundo a investigação, as máquinas de cartão apreendidas em casas de jogos clandestinos na Baixada Santista estavam vinculadas a postos de combustíveis.

Postos adulterados

A rede criminosa atuava em parceria com empresas do setor hoteleiro, postos de combustíveis e instituições de pagamento que mantinham contabilidade paralela, dificultando o rastreamento do dinheiro.

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O principal alvo foi identificado como responsável por cerca de 400 postos de combustíveis, dos quais, ao menos, 267 seguem ativos, segundo a Receita Federal.

Entre 2020 e 2024, esses estabelecimentos movimentaram R$ 4,5 bilhões, mas recolheram somente R$ 4,5 milhões em tributos federais, valor equivalente a 0,1% da movimentação.

Administradoras de postos ligadas ao grupo também movimentaram R$ 540 milhões no mesmo período.

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Desvios de dinheiro

O cruzamento de dados financeiros revelou que os valores eram desviados para uma instituição de pagamento de origem ilícita, que movimentava recursos milionários.

Entre as infrações identificadas estão:

  • 98 estabelecimentos de franquias em nome de investigados, que movimentaram cerca de R$ 1 bilhão entre 2020 e 2024, mas emitiram notas fiscais de apenas R$ 550 milhões;

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  • Mais de 60 motéis, a maioria em nome de laranjas, que somaram R$ 450 milhões no mesmo período;

  • Operações imobiliárias milionárias, incluindo a compra de imóveis de até R$ 5 milhões por empresas ligadas ao esquema.

  • Com os recursos desviados, os alvos adquiriram imóveis, embarcações e veículos de alto valor. Entre os bens apreendidos estão:

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    • um iate de 23 metros;

    • dois helicópteros (um deles modelo Augusta A109E);

    • um Lamborghini Urus;

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  • terrenos avaliados em mais de R$ 20 milhões.

  • A operação mobilizou mais de 110 policiais militares do Comando de Choque, além de agentes da Receita Federal, integrantes do Ministério Público e equipes da Secretaria da Fazenda e da Procuradoria-Geral do Estado.

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