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Investigações indicam que as depredações estavam sendo planejadas há meses | Divulgação/Governo de SP
A Polícia Civil identificou dois irmãos suspeitos de envolvimento em uma série de atos de vandalismo contra ônibus em cidades do ABC Paulista e na região metropolitana de São Paulo.
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Um deles foi conduzido nesta terça-feira (22/7) à delegacia de São Bernardo do Campo para prestar depoimento.
Segundo a Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo, um dos suspeitos já foi relacionado a pelo menos 18 ocorrências na região, além de um episódio de depredação registrado na capital paulista.
“As equipes conseguiram identificar o principal suspeito cruzando informações do carro que ele usava com imagens de câmeras de segurança e dados de localização do celular. Com isso, conseguimos vinculá-lo a pelo menos 19 casos”, afirmou o secretário-executivo da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, em coletiva de imprensa.
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Durante buscas realizadas nesta terça em dois endereços ligados ao investigado, os policiais encontraram esferas metálicas e um estilingue que teria sido utilizado nos ataques aos coletivos.
O envolvimento do irmão do suspeito, que é morador de Osasco, foi revelado durante o segundo interrogatório, na presença de advogados. Segundo o delegado Domingos de Paula Neto, da Seccional de São Bernardo, o irmão atuaria dando suporte logístico às ações criminosas.
As investigações indicam que as depredações estavam sendo planejadas há meses. Com base nas provas reunidas, a Deic solicitou à Justiça a prisão preventiva de ambos os irmãos.
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Os suspeitos poderão responder por dano qualificado e atentado contra a segurança de transporte público. A motivação exata dos crimes ainda está sendo apurada.
“Acreditamos que essa prisão pode impulsionar ainda mais as investigações. Já temos um panorama do que está por trás dos ataques. É possível que não exista apenas uma motivação. Há o ‘efeito manada’, o contágio social, interesses diversos e até aproveitadores se unindo ao movimento inicial”, afirmou o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic.
Na capital paulista, desde o dia 12 de junho, foram 421 ônibus danificados, sendo 47 deles somente no dia 13 de julho, o segundo maior número de ataques registrados em um único dia. A maior ocorrência foi no dia 7 de julho, com 59 veículos atingidos.
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Os casos da Capital e da Grande São Paulo estão sob responsabilidade do Deic, enquanto a Delegacia Seccional de Santos conduz as apurações na Baixada Santista.
A Polícia Militar deflagrou no dia 3 de julho uma operação especial para reforçar a segurança em corredores, terminais e garagens de ônibus. A ação ocorre em todo o Estado e vai até 31 de julho.
A ação conta com o emprego de 7,8 mil agentes e 3,6 mil viaturas em corredores, garagens e terminais, na tentativa de conter os ataques.
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A estratégia inclui o posicionamento de viaturas e agentes em pontos estratégicos com apoio da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) e de unidades especializadas da PM.
O Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) também se reuniu com representantes das empresas de transporte para discutir estratégias de enfrentamento.
Diante do aumento de depredações, o prefeito Ricardo Nunes criticou publicamente a lentidão das investigações da Polícia Civil e cobrou mais agilidade para identificar e prender os responsáveis.
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Já a SPTrans, responsável pela gestão do sistema de ônibus da Capital, reforçou a necessidade de que todas as ocorrências sejam imediatamente informadas à Central de Operações, além de formalizadas junto às autoridades policiais.
Em caso de danos, os veículos devem ser enviados para manutenção e substituídos por outros da frota reserva, sob pena de sanções às empresas que não cumprirem o protocolo.
Houve registros de ônibus apedrejados em municípios da Grande São Paulo, como Taboão da Serra, além de cidades do ABC Paulista, como Santo André e São Bernardo do Campo. Em Cubatão, no litoral de São Paulo, três ônibus de viagem foram atacados.
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Apesar dos prejuízos materiais, há o registro de apenas um ferido durante os atos de vandalismo. Trata-se de uma passageira atingida no rosto e com fratura no nariz, em um dos casos mais graves, na zona sul da capital paulista.
As ações, que incluem arremessos de pedras e outros objetos, provocaram danos como janelas quebradas e obrigaram empresas a retirar veículos de circulação para manutenção.
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