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De acordo com a delegada do 8º Distrito Policial há indícios concretos de que o padrasto é o culpado | Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
A Justiça de São Paulo negou, na noite desta terça-feira (15/7), o pedido de prisão preventiva de Ademilson dos Santos, indicado como principal suspeito de envenenar o enteado Lucas da Silva Santos, de 19 anos, com bolinhos de mandioca.
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Ainda nesta terça, a Delegacia de Homicídios de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, confirmou nesta terça-feira (15/7) uma reviravolta no caso do jovem Lucas Santos, envenenado na última sexta-feira (11/7).
Segundo a delegada responsável pelo caso, Liliane Doretto, o padrasto do jovem é indicado como o autor da tentativa de homicídio.
Inicialmente, a principal suspeita era a tia do jovem, que havia preparado os bolinhos. No entanto, com os relatos colhidos pela Polícia Civil, o foco se voltou para o padrasto, que agora é considerado o principal acusado do crime.
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De acordo com a delegada do 8º Distrito Policial, há indícios concretos de que o padrasto, que teria desenvolvido uma relação obsessiva com o enteado, é o culpado. A motivação, segundo a investigação, seria a reação do suspeito ao descobrir que o jovem pretendia se mudar de cidade.
“Efetivamente, o Lucas foi envenenado. Pela análise das provas que angariei nos autos, não tenho dúvida de que o alvo era ele. Houve uma reviravolta no caso, e a minha convicção hoje é que o Ademilson é o autor desse crime”, afirmou a delegada em entrevista à imprensa.
Em entrevista à imprensa, os irmãos de Lucas afirmam que o padrasto apresentava atitudes controladoras e chegou a restringir a liberdade dos filhos e da companheira.
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“A relação com ele nunca foi boa. Ele era muito possessivo, trancava a gente dentro de casa se a gente quisesse sair pra jogar bola ou viajar. Com a minha mãe, era briga atrás de briga. É muita coincidência isso tudo agora”, afirmou João Victor da Silva Santos, de 23 anos, irmão de Lucas.
Na sexta-feira, dia em que o jovem comeu o bolinho, Lucas e outro irmão passaram a maior parte do tempo com o padrasto, enquanto a mãe estava fora.
“Naquele dia, o Lucas ficou em casa com o meu irmão e o padrasto. Quando chegou esse bolinho, foi ele quem estava com os meninos. Desde o início, eu falei pra minha mãe que tinha alguma coisa errada”, afirmou Marco Júnior, irmão mais velho de Lucas.
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Para ele, havia muitos pontos confusos que precisavam ser esclarecidos, incluindo informações sobre a convivência entre o padrasto e a tia.
“Como que só o Lucas passou mal? Isso não entra na nossa cabeça. A gente só quer que a verdade apareça. Quem fez isso tem que pagar. O menino tem 19 anos, está em coma. Os médicos falaram que ele pode não sair do hospital. Minha mãe está dopada de tanto remédio desde sexta, sem comer. É desesperador”, desabafou Marco.
Ele ainda falou que quem ama não tem atitudes como as que o padrasto tinha com Lucas e a mãe.
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“Ele (padrasto) dizia que o Lucas não ia sair de lá, que ia morrer ou sair com sequela. Que tipo de pessoa que ama fala isso? Ele tratava a minha mãe com agressividade. Já bateu nela, já tentou partir pra cima”, completou.
Lucas continua internado na UTI em coma induzido, com falência renal, e seu estado de saúde é considerado crítico.
Ainda conforme a delegada, exames laboratoriais indicaram a presença de outra substância tóxica, ainda em processo de identificação definitiva, mas que não corresponde ao agrotóxico popularmente conhecido.
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“O laudo já nos permite afirmar que não foi chumbinho. Estamos aguardando a conclusão da análise para saber exatamente qual foi a substância utilizada, mas a hipótese inicial já está descartada”, afirmou a delegada.
A mãe do jovem, segundo os familiares, está sob forte abalo emocional e sem condições de falar com a imprensa.
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