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Motel Vision é um dos 60 motéis identificados em Operação Spare | Reprodução
A Operação Spare, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), da Receita Federal (RF) e da Polícia Militar (PM), revelou nesta quinta-feira (25/9) uma rede de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), envolvendo cerca de 60 motéis e empresas do setor hoteleiro.
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Ao todo, esses 60 motéis teriam movimentado mais de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024, contribuindo para o aumento patrimonial de sócios da facção criminosa.
Desses, nove foram identificados e ficam espalhados na capital paulista, no ABC Paulista, na Grande São Paulo e no interior.
Além dos motéis, o esquema também incluía lojas franqueadas, empreendimentos no ramo da construção civil e postos de combustíveis, movimentando R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024.
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A Operação Spare foi deflagrada após a descoberta de que a conta de iCloud (serviço da Apple) de um operador do grupo criminoso armazenava comprovantes digitais de transferências de motéis para uma fintech.
A partir das informações armazenadas na conta, foram identificados cerca de 21 CNPJs ligados a 98 estabelecimentos de uma única franquia, todos em nome de alvos da investigação.
Segundo a Receita Federal, entre 2020 e 2024, essas empresas movimentaram R$ 1 bilhão, mas emitiram notas fiscais que correspondiam a pouco mais da metade desse valor — cerca de R$ 550 milhões.
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Nesse período de quatro anos, foram recolhidos R$ 25 milhões em tributos federais, enquanto R$ 88 milhões em lucros foram distribuídos aos sócios, segundo informações do g1.
Segundo a investigação, um dos motéis distribuiu 64% da receita bruta declarada. Já os restaurantes localizados dentro dos motéis, e registrados sob CNPJs distintos, repassaram R$ 1,7 milhão em lucros.
A receita registrada por um desses estabelecimentos, por exemplo, foi de R$ 6,8 milhões entre 2022 e 2023.
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O esquema de lavagem de dinheiro é semelhante ao identificado na Operação Carbono, também envolvendo postos de combustíveis e com participação do PCC.
“A movimentação financeira desses motéis era muito diferente do que eles declaravam como receita. Então, fica claro que ali não é apenas receita [do serviço de motel], mas ali entrava dinheiro ilegal como se fosse atividade empresarial. Mas não sendo”, disse a superintendente da Receita Federal em São Paulo, Márcia Meng.
Além disso, os CNPJs dos motéis vinculados a integrantes do PCC apresentaram movimentações imobiliárias milionárias. Como exemplo, um imóvel adquirido em 2021 custou R$ 1,8 milhão, enquanto outro, comprado em 2023, foi vendido por R$ 5 milhões.
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