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Padrasto tentou confundir investigadores, segundo a polícia | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
A Delegacia de Homicídios de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, confirmou nesta terça-feira (15/7) uma reviravolta no caso de Lucas Santos, 19 anos, internado em estado após ingerir um bolinho de mandioca envenenado.
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Segundo a delegada responsável pelo caso, Liliane Doretto, o padrasto do jovem, Ademilson dos Santos, é indicado como autor da tentativa de homicídio.
“Efetivamente, o Lucas foi envenenado. Pela análise das provas que angariei nos autos, não tenho dúvida de que o alvo era ele. Houve uma reviravolta no caso, e a minha convicção hoje é que o Ademilson é o autor desse crime”, afirmou a delegada em entrevista à imprensa.
De acordo com a delegada, provas testemunhais, contradições nos depoimentos e informações de dois irmãos da vítima foram cruciais para a conclusão.
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Além disso, a delegada revelou que o padrasto foi a única pessoa que manipulou os bolinhos naquele dia e que ele mesmo os entregou, pessoalmente, a Lucas.
“A mãe do Lucas já havia achado estranha a conduta dele e me alertou sobre isso. Ele tinha um comportamento diferente com o enteado, era extremamente possessivo, manipulador, e havia um histórico de controle sobre a família. O Lucas ia começar a trabalhar na segunda-feira e planejava se mudar, o que pode ter despertado ciúmes e medo de abandono no Ademilson”, disse a delegada.
Ainda segundo a polícia, há indícios de que Ademilson tentou confundir os investigadores, ao levantar a possibilidade de ingestão de medicamento por parte da vítima, o que foi descartado com base em exames e depoimentos.
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A delegada também destacou que Cláudia, tia de Lucas, deixou de ser a principal suspeita. “Ela me alertou sobre o comportamento de Ademilson e explicou que não foi ela quem ofereceu os bolinhos individualmente. A acareação mostrou que quem pediu e distribuiu os bolinhos foi o próprio Ademilson”, completou.
As investigações também apuram possível histórico de abusos cometidos por Ademilson contra filhos da companheira, e relatos de um relacionamento "grudado" e desequilibrado com Lucas.
Segundo a delegada, há indícios de que o rapaz evitava se envolver em novos relacionamentos por conta da presença controladora do padrasto.
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“Ele mentiu diversas vezes durante o depoimento, se contradisse, tentou distorcer fatos. Ele estava claramente desesperado, com medo de perder o controle sobre o Lucas. Não há dúvidas pra mim neste momento: todas as provas apontam para ele”, afirmou Liliane.
Lucas continua internado na UTI em coma induzido, com falência renal, e seu estado de saúde é considerado crítico.
A mãe do jovem, segundo os familiares, está sob forte abalo emocional e sem condições de falar com a imprensa.
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