Novas pistas indicam que morte de professora estrangulada foi planejada

A Polícia Civil investiga os detalhes do assassinato da professora Fernanda Reinecke Bonin, de 42 anos, encontrada morta na segunda-feira (28/4), em um terreno próximo ao Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo.

A educadora tinha o pescoço amarrado com um cadarço e apresentava sinais de estrangulamento. Ela dava aulas de matemática em uma escola de alto padrão na capital paulista.

Inicialmente, o caso era investigado como latrocínio (roubo seguido de morte), porém, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) informou nesta quinta-feira (1º/5), que a investigação também passou a considerar a hipótese de homicídio.

Nesse caso, alguém teria planejado a morte da professora, podendo ter simulado um roubo como forma de disfarçar.

O veículo e o celular da vítima desapareceram e ainda não foram encontrados. A SSP ressalta que a natureza da ocorrência pode ser revista e ajustada durante o curso do inquérito, sem prejuízo para a investigação.

Detalhes

A polícia ouviu a esposa da professora, que teria sido a última pessoa a falar com ela, além de outros familiares da vítima. Funcionários do prédio em que Fernanda morava também foram ouvidos.

Os peritos analisam as imagens do sistema de vigilância do edifício de câmeras de monitoramento da região.

O objetivo é estabelecer o percurso feito pelo veículo até o local onde o corpo foi encontrado.

Segundo a investigação, Fernanda teria saído para socorrer a companheira, que teve um problema no carro enquanto levava os dois filhos do casal para a residência da professora.

O veículo teria tido o problema na avenida Jaguaré, zona oeste de São Paulo.

Imagens de câmeras de vigilância do prédio mostram que Fernanda Bonin desceu sozinha pelo elevador, segurando o celular.

Em seguida, ela deixa o prédio em seu carro, uma SUV Hyundai Tucson, porém, não chegou ao lugar combinado.

A esposa afirmou à polícia que o carro voltou a funcionar meia hora depois e ela se dirigiu até o prédio da professora, que não estava.

No dia seguinte, a educadora não foi trabalhar e ainda não havia respondido os contatos de sua mulher, então o desaparecimento foi comunicado para a polícia.

Denúncia anônima

Na manhã da segunda-feira (28/4), policiais militares encontraram o corpo no terreno localizado na avenida João Paulo da Silva, na Vila da Paz, após denúncia anônima.

Fernanda estava caída de costas, vestida com calça, blusa, meia e sandálias, como se fosse um pijama, e com sinais típicos de estrangulamento.

A polícia aguarda os laudos da perícia no local onde o corpo foi encontrado e da necropsia da vítima para confirmar se a morte ocorreu mesmo por asfixia mecânica (estrangulamento).

O corpo de Fernanda Bonin foi sepultado nesta quarta-feira (30/4), em um cemitério de Santo André, no ABC Paulista.

A direção da Beacon School, escola que Fernanda lecionava, emitiu uma nota de pesar pela morte da docente.

“A professora Fernanda Bonin marcou profundamente a vida de muitos estudantes e colegas com sua dedicação, gentileza e compromisso com a educação, e deixará muita saudade.”