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São Paulo registra 19 celulares roubados por hora em 2024

Capital paulista concentra quase um quinto dos furtos e roubos de celulares do País

Thacio Mello

24/07/2025 às 18:00

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Aparelhos são revendidos no exterior após passarem por rede de criminosos

Aparelhos são revendidos no exterior após passarem por rede de criminosos | Divulgação

Segundo os dados do 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cidade de São Paulo, registrou sozinha 18,5% dos roubos e furtos de celulares em 2024. Além disso, o Estado contabilizou 31,4% desse tipo de ocorrência. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (24/7).

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Segundo o levantamento, em 2024, 169.556 aparelhos foram subtraídos na Capital. Isso equivale a 19 celulares roubados por hora. Este número coloca a capital paulista em terceiro lugar no ranking de roubos e furtos de aparelhos celulares.

Outro apontamento do estudo é que os furtos e roubos deixam de ser atos isolados. Os números demonstram que eles fazem parte de uma cadeia que inclui receptadores, especialistas em desbloqueio, golpistas digitais e até exportadores de aparelhos.

Segundo o doutor em Ciências Políticas Guaracy Mingardi, um dos autores do relatório, essa estrutura funciona como uma linha de produção.

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"O criminoso da ponta é o elo mais fraco e visível. Assim que rouba o celular, ele repassa para o receptador e logo parte para outro crime", apontou o especialista.

Mingardi diz que a pandemia de Covid-19 teve forte impacto em como as pessoas veem o celular. Os aparelhos passaram a mediar quase todos os aspectos da vida das pessoas e da sociedade.

Isso elevou o interesse dos criminosos pelos aparelhos. Esse novo cenário passou a ditar a demanda da criminalidade no País, especialmente em grandes centros.

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A primeira ação dos criminosos é tentar acessar os dados da vítima, em especial informações bancárias, senhas e contas em redes sociais. Caso o aparelho esteja desbloqueado, ou o criminoso consiga desbloqueá-lo, o lucro pode ser imediato.

Caso ele não consiga, o trabalho fica por conta dos especialistas em desbloqueio — estes geralmente são ligados a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Quando não é possível o acesso ao dispositivo, os criminosos partem para o desmanche e redirecionamento de partes. Eles também podem ser revendidos ou enviados ao exterior.

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Modelos e marcas mais populares tendem a ser encaminhados para fora do Brasil para serem revendidos. Os principais destinos costumam ser países da África e da Ásia. Senegal é um dos países que mais recebe as mercadorias. 

A rua Guaianases, na região da cracolândia, é apontada como um dos principais pontos de interceptação dos criminosos. A maioria dos presos nesta região é de origem senegalesa.

Veja os principais passos dos criminosos:

  • Criminosos compram os aparelhos roubados por uma fração do valor de fábrica — geralmente entre 10% e 15% —, negociam com quadrilhas especializadas em invasão e fraudes, e armazenam os dispositivos até fecharem acordo com os chamados “importadores”.
  • Os aparelhos são enviados ao exterior de duas formas principais: escondidos dentro de equipamentos eletrônicos em contêineres ou por via aérea, em remessas de dezenas de unidades despachadas como cargas desacompanhadas.
  • O destino dessas cargas varia, mas a maioria tem como destino países da África e da Ásia.
  • Em locais como Senegal, Nigéria, Gana, Índia e China, é comum que não haja fiscalização efetiva ou checagem de IMEI, o que permite que celulares roubados em outros países sejam facilmente habilitados e utilizados.

O estudo ainda apurou o aumento de mortes por policiais. O levantamento aponta que houve um acréscimo de 61% nos casos em que agentes da Polícia Militar estão diretamente envolvidos.

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*Texto sob supervisão de Matheus Herbert. 

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