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Política

De Valdemar a Kassab: entenda o poder absurdo dos presidentes partidários

Para analista político, os dirigentes partidários se tornaram figura central na engrenagem política nacional

Bruno Hoffmann

04/09/2025 às 14:30

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Valdemar Costa Neto e Gilberto Kassab têm poder descomunal na política brasileira

Valdemar Costa Neto e Gilberto Kassab têm poder descomunal na política brasileira | Marcello Casal Jr/Marcelo Camargo/AB

Figuras centrais da política nacional contemporânea são os presidentes partidários, que concentram poder de negociação e de decisão mesmo sem, necessariamente, acumularem cargos no Executivo ou no Judiciário.

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“Sem mandato, sem tribuna, mas com a caneta que libera milhões de reais e define quem será candidato, o dirigente partidário se tornou a figura central da engrenagem política nacional”, definiu o cientista político Elias Tavares.

Para ele, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, é o exemplo mais evidente. O político que renunciou ao Congresso para não ser cassado no escândalo do Mensalão, mas que hoje, à frente do PL, comanda a maior bancada da Câmara e administra cifras gigantescas do fundo partidário e do fundo eleitoral.

Apenas no primeiro semestre de 2025, segundo Tavares, o PL recebeu mais de R$ 95 milhões em fundo partidário, além de repasses extras de multas eleitorais. Somado a isso, no último ciclo eleitoral, o partido liderou também a fatia do fundo eleitoral, que beirou os R$ 5 bilhões distribuídos entre as legendas.

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“É um poder objetivo, mensurável, que transforma o presidente do partido em um verdadeiro chefe político nacional”, destacou o especialista.

O estrategista Kassab

Outro nome que exerce grande influência nos bastidores da política nacional é o presidente do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab. Ele seria uma prova como a articulação e a estratégia valem tanto quanto o caixa.

O PSD foi o partido que mais elegeu prefeitos em 2024, consolidando uma capilaridade que nenhum outro dirigente conseguiu nos últimos anos.

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“Kassab, sem mandato, é hoje ouvido por governadores, ministros e até presidenciáveis, porque sabe usar o peso institucional do partido para se colocar como árbitro das alianças”, disse Tavares.

De acordo com ele, esse poder tem uma lógica simples: o dinheiro e a lei. O fundo partidário e o fundo eleitoral são distribuídos conforme o tamanho da bancada na Câmara dos Deputados. Ou seja, quanto mais deputados federais o partido elege, mais recursos controla. E quem decide para onde vai esse dinheiro? O presidente do partido.

É ele quem escolhe onde investir, quem financiar e até onde cortar. No Brasil, isso significa decidir o futuro político de centenas de candidaturas.

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“Esses dirigentes são hoje arquitetos da política brasileira. Eles não apenas influenciam, eles definem. É por isso que, em 2026, os nomes de Valdemar Costa Neto e Gilberto Kassab serão tão ou mais relevantes que muitos presidenciáveis”, continuou Tavares.

“O que está em jogo é claro: em um país onde os partidos são os donos do dinheiro e da máquina, o partidocrata é o verdadeiro chefe de Estado paralelo. Não governa, mas manda. Não legisla, mas decide. Sem mandato, mas com o destino de candidatos e alianças na ponta da caneta”, completou.

Ao lado de Valdemar e de Kassab, os caciques partidários Renata Abreu (Podemos-PSDB), Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil) ampliaram influência nas urnas de 2024, quando levaram 60% das prefeituras e metade dos R$ 6 bilhões de verbas públicas reservada aos partidos.

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