Depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal envolve ações do filho nos EUA

O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) se apresentou à Polícia Federal (PF) para prestar depoimento na tarde desta quinta-feira (5/6). O inquérito é sobre seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Eduardo passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 26 de maio deste ano. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que o filho do ex-presidente buscou do governo americano sanções para integrantes do STF, Ministério Público e da PF.

Aparentemente, o intuito das ações de Eduardo Bolsonaro é embaraçar o andamento do julgamento de seu pai, réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado. O deputado licenciado está nos Estados Unidos.

O parlamentar é investigado pelos possíveis crimes de coação de processo penal em curso, obstrução de investigação contra organização criminosa e abolição do Estado Democrático de Direito.

Segundo a PGR, Bolsonaro seria diretamente beneficiado pelas ações do filho, o ex-presidente declarou ser responsável por custear a permanência de Eduardo nos Estados Unidos. Em entrevista ao UOL, Bolsonaro afirmou que “não fosse o Pix, não teria como manter essa ajuda”. 

Responsável financeiro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, mencionou no pedido de depoimento de Bolsonaro, que o ex-chefe do Executivo declarou ajudar no sustento de Eduardo.

“Eu estou bancando as despesas dele agora. Em grande parte eu estou bancando. Se não fosse o Pix não teria como manter essa ajuda para ele, que ele está sem salário lá fora” afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas. Esses valores foram enviados via Pix no período entre 1° de janeiro e 4 de junho de 2023. 

Os valores foram movimentados a partir de 769 mil contas diferentes em seis meses. Essas informações constam no relatório do Centro de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Mais sobre Bolsonaro

Bolsonaro e aliados viram réus por unanimidade. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou por unanimidade, e tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus sete aliados réus.