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Voto de Moraes deve ocupar toda a terça-feira | Rosinei Coutinho STF / Marcelo Camargo AB
A nova fase do julgamento da ação penal sobre a trama golpista, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) será inaugurada pelo ministro Alexandre de Moraes nesta terça-feira (9/9).
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O voto do relator do caso abrirá o caminho para que os demais ministros se manifestem sobre a possível condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela acusação de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Após Moraes, a ordem dos votos será: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Caso a Turma decida pela culpa dos acusados, a Turma seguirá para a próxima etapa: um debate sobre a dosimetria das penas, ou seja, será definido o tempo de prisão para cada crime atribuído aos réus.
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Logo após essa discussão, o Supremo poderá apresentar a decisão final, condenando ou absolvendo os acusados.
Apresentado no início da sessão, o voto de Moraes deve ocupar toda a terça-feira. A previsão é de que o voto seja bem detalhado, com mensagens fortes destacando a importância de defender a democracia e de responsabilizar quem tenta dar golpes.
Pessoas próximas ao STF acreditam que esses posicionamentos já ficaram claros na fala inicial do ministro, na sessão de abertura do julgamento.
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Mesmo não dizendo de forma direta sobre os pedidos de anistia, Moraes afirmou que “impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação”.
A frase gerou uma interpretação de resposta aos defensores do perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, que dizem buscar a “pacificação” do país.
“A história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação. Pois o caminho aparentemente mais fácil, e só aparentemente, que é da impunidade, que é da omissão, deixa cicatrizes traumáticas na sociedade”, disse Moraes.
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O ministro também fez críticas às tentativas de interferência externa durante o processo e reforçou que a “soberania nacional” não será “vilipendiada, negociada ou extorquida”.
De acordo com a Procuradoria Geral da República, Bolsonaro liderou a tentativa de ruptura democrática depois de ser derrotado nas eleições de 2022.
Durante sua fala, que durou uma hora e quarenta minutos, Moraes ressaltou que a pacificação depende do respeito à Constituição, do fortalecimento das instituições e da aplicação das leis.
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Antes de iniciar a leitura do relatório do caso, ele afirmou que “A sociedade brasileira e as instituições mostraram sua força, sua resiliência, em que pese a manutenção de uma polarização.”
Durante os dois primeiros dias de julgamento, além da fala do ministro, foram apresentados relatórios do processo, a acusação do PGR e as defesas dos réus.
Segundo os advogados dos réus, seus clientes, incluindo Bolsonaro, não participaram dos atos golpistas, além de contestarem a validade da delação de Mauro Cid e sustentaram que a simples cogitação de um golpe não pode ser punida.
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