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Lula afirmou que 'nenhum presidente de outro país' deve interferir nos rumos de outras nações | Marcelo camargo/Agência Brasil
Em discurso durante um evento do PCdoB, nesta quinta (16/10), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a soberania da Venezuela e de Cuba e criticou a intervenção de potências estrangeiras na política de países latino-americanos.
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Sem citar diretamente o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula afirmou que “nenhum presidente de outro país” deve interferir nos rumos de outras nações.
"Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será o que é. O que defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino, e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba", declarou o presidente.
As declarações ocorrem em meio ao aumento da tensão entre os Estados Unidos e o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela. Recentemente, Trump admitiu ter autorizado a CIA a conduzir operações secretas com o objetivo de derrubar o governo venezuelano — ação que especialistas consideram uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
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A posição do governo brasileiro acompanha a de outros países latino-americanos, que já expressaram preocupação com a intensificação da presença militar norte-americana no Caribe.
Desde agosto, os EUA enviaram milhares de militares, navios de guerra e aeronaves à região, sob o argumento de combater o tráfico de drogas proveniente da Venezuela. Segundo a imprensa norte-americana, essas ações já resultaram na morte de mais de 30 pessoas em ataques a embarcações.
O presidente Lula também condenou a permanência de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo, mantida pelo governo dos EUA.
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“O que nós dizemos publicamente é que Cuba não é um país de exportação de terroristas. Cuba é um exemplo de povo e dignidade”, afirmou.
O embargo econômico imposto pelos EUA à ilha desde a década de 1960 tem sido intensificado nos últimos anos, incluindo sanções a países que contratam os serviços médicos cubanos, uma das principais fontes de receita do governo cubano.
A crise econômica se agrava na ilha, com constantes apagões e dificuldades no abastecimento básico.
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Especialistas ouvidos pela Agência Brasil apontam que o interesse dos EUA na Venezuela é majoritariamente geopolítico, uma vez que o país detém as principais reservas de petróleo do mundo.
Eles também destacam que a Venezuela não faz parte de nenhum cartel internacional de drogas, enfraquecendo a justificativa oficial de combate ao narcotráfico.
Já alguns analistas internacionais alertam ainda que a atuação dos EUA na Venezuela pode abrir um precedente perigoso para novas intervenções na América Latina, caso os interesses norte-americanos sejam contrariados. A situação remete ao contexto da Guerra Fria, quando Washington apoiou ditaduras militares em diversos países da região.
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O governo Maduro já anunciou que pretende denunciar as ações dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU.
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