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Política

O impacto da provável prisão de Bolsonaro nas eleições de 2026

Prisão do ex-presidente, caso ocorra, é tratada por especialistas como um divisor de águas na reorganização da direita

Bruno Hoffmann

02/09/2025 às 21:20  atualizado em 02/09/2025 às 23:02

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responde no Supremo a cinco crimes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responde no Supremo a cinco crimes | Tania Rêgo/Agência Brasil

A prisão domiciliar e possível condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) já começa a redesenhar o cenário político em São Paulo e no Brasil em relação às eleições de 2026. O episódio, caso ocorra, é tratado por especialistas como um divisor de águas na reorganização da direita.

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Bolsonaro responde no Supremo a cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e ameaça grave e deterioração de patrimônio tombado.Se condenado, o ex-presidente pode pegar mais de 40 anos de prisão.

O cientista político Elias Tavares/Divulgação
O cientista político Elias Tavares/Divulgação
'De um lado, Bolsonaro pode ser visto como mártir', disse Tavares/Pedro Ladeira/Folhapress
'De um lado, Bolsonaro pode ser visto como mártir', disse Tavares/Pedro Ladeira/Folhapress
'O Governo de São Paulo é um trampolim de poder e orçamento'/Ricardo Stuckert/FP
'O Governo de São Paulo é um trampolim de poder e orçamento'/Ricardo Stuckert/FP
Especialistas dizem que Bolsonaro pode tentar mesma tática de Lula/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Especialistas dizem que Bolsonaro pode tentar mesma tática de Lula/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Para o cientista político Elias Tavares, a ida de Bolsonaro ao presídio representaria muito mais do que um episódio judicial.

“Na prática, Bolsonaro deixaria de ser protagonista da corrida. Sua prisão limitaria a capacidade de mobilização e reduziria drasticamente sua presença no debate público”, afirmou Tavares.

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“Isso abriria espaço imediato para nomes como Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e Romeu Zema, em Minas Gerais, que tendem a herdar parte do eleitorado bolsonarista”, continuou.

Segundo o analista, o efeito pode se dar em duas frentes.

“De um lado, Bolsonaro pode ser visto como mártir, o que fortalece a narrativa de perseguição e mantém a base mobilizada. De outro, o afastamento físico da política tende a enfraquecê-lo como liderança real, abrindo caminho para um sucessor estruturado”.

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Já para os analistas Naira Trindade, Flávia Maia e Fabio Murakawa, em artigo publicado na revista Jota, especialista em Justiça, Bolsonaro tem repetido que se apropriará da mesma estratégia jurídica adotada por Lula (PT) em 2018 quando, apesar de preso, registrou candidatura mantendo até o último minuto seu espólio político eleitoral.

Isso iria na contramão do que desejam líderes do Centrão, que insistem em convencer o líder político a antecipar o apoio numa candidatura única da direita.

"Essa dinâmica joga água nos planos da direita, que tenta a todo custo unificar rapidamente uma candidatura para fazer frente ao petista", escreveu o trio.

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Candidatura moderada ganharia força

Elias Tavares destacou ainda a possibilidade de uma candidatura mais moderada ganhar fôlego.

“Com Bolsonaro fora do jogo, cresce a chance de um nome de centro-direita construir pontes com setores do centro. É o que o mercado já sinaliza: a expectativa de uma candidatura competitiva contra Lula que não esteja presa aos extremos”.

No caso de São Paulo, o maior colégio eleitoral do País, o impacto deverá ser ainda mais direto e estratégico.

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 “Se Tarcísio optar por disputar a Presidência, o segundo maior posto político do País ficará vago. Isso abre um verdadeiro efeito dominó: a cadeira de governador paulista passará a ser alvo de intensa cobiça de partidos e lideranças nacionais”, analisou Tavares.

“O Governo de São Paulo é um trampolim de poder e orçamento, e a disputa por essa vaga pode reconfigurar alianças e tensionar até mesmo a base que hoje dá sustentação a Tarcísio”.

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